A universitária Janaína da Silva Bezerra, 21 anos, estudante do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), morreu após ser estuprada e ter o pescoço quebrado, de acordo com laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML). As informações são do g1 Piauí.
Janaína foi encontrada desacordada na manhã do último sábado (28), depois de uma calourada na UFPI. Ela já chegou morta ao hospital para onde foi socorrida.
O delegado Francisco Costa, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que a vítima teve o pescoço quebrado.
Uma nota do IML confirma que a causa da morte foi "trauma raquimedular por ação contundente", uma contusão na área cervical que provocou lesão da medula espinhal e, consequentemente, a morte da estudante.
O Instituto detalhou que a lesão pode ter sido motivada "por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso".
Além do pecoço quebrado, Janaína tinha lesões no rosto e em outras regiões do corpo.
Investigação em curso
Ainda de acordo com Francisco Costa, a estudante foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN). Vestígios de sangue encontrados numa mesa e num colchão foram levados para análise.
Um aluno da UFPI foi detido suspeito de cometer o crime. Conforme o delegado, o jovem relatou que Janaína "passou mal" durante uma relação sexual consensual e desmaiou. Pensando que fosse normal, ele teria dormido.
Um vigilante da Universidade relatou que viu o rapaz saindo da sala com a moça nos braços e a roupa suja de sangue, dizendo que a levaria ao hospital. O profissional o deteve e chamou um reforço.
Prisão preventiva do suspeito
No sábado (28), o suspeito de estuprar e matar Janaína foi detido. No entanto, já neste domingo (29), após audiência de custódia, a Justiça converteu a prisão em flagrante para preventiva.
Apesar do homem não ter antecedentes criminais, a Justiça considerou que os crimes cometidos contra a jovem de 21 anos são de "especial gravidade concreta". A prisão preventiva busca, portanto, assegurar a ordem pública.
"Inclusive, perpetrados com violência física contra a vítima na condição de sexo feminino, a justificar com base na gravidade em concreto dos fatos a decretação da prisão preventiva"
"Desse modo, é inviável a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, pois a gravidade concreta da conduta delituosa indica que a ordem pública não estaria acautelada com a soltura do custodiado”, detalhou em trecho da decisão.
Colaboração da Universidade
Em nota, a UFPI disse ainda que “todas as providências para colaborar com as investigações das autoridades policiais, como isolamento da referida área no campus e boletim de ocorrência, foram adotadas imediatamente”.
A Universidade também “está efetuando o levantamento de todas as imagens captadas por câmeras de segurança”.
A instituição também alega que a realização de festa estudantil “ocorreu sem autorização de qualquer autoridade da Universidade, na área do próprio DCE, sediado no prédio do Centro de Ciências da Natureza (CCN)”.
O inquérito policial deve ser concluído em até dez dias.
Aulas suspensas
Além do apoio da UFPI nas investigações, a universidade ainda suspendeu as atividades acadêmicas e administrativas no campus Ministro Petrônio Portella, na segunda-feira (30).
"A Administração Superior informa ainda que tem prestado apoio contínuo à família da vítima, desde as primeiras horas após ocorrência do fato, com interlocução junto às autoridades de segurança do Estado e com providências para viabilizar velório e sepultamento", declarou a instituição, em nota.