Professora denuncia vazamento de fotos íntimas e é demitida no Distrito Federal: 'Me senti inibida'

Bruna Flor de Macedo Barcelos foi demitida da escola após ter suas fotos vazadas. Ela denunciou o caso à Polícia

Escrito por Redação ,
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Legenda: A professora foi demitida da escola e denunciou o caso à Polícia
Foto: Divulgação/Bruna Barcelos

Uma professora de história de uma escola estadual em Valparaíso de Goiás, no entorno do Distrito Federal, denunciou que teve fotos íntimas vazadas por estudantes após eles acessarem pastas privadas do celular dela. A profissional foi demitida da Escola Estadual Dr. Gerson de Faria Pereira e disse que se sentiu "violentada". Informações são do G1.

"Me senti violada, violentada. Na sequência, a gestão da escola criou um ofício dizendo que os estudantes se sentiam constrangidos de assistirem às minhas aulas por terem visto minha foto nua. Uma inversão de quem foi vítima na situação", declarou Bruna Flor de Macedo Barcelos.

Segundo o G1, Bruna emprestou o aparelho para que os alunos tirassem fotografias de um evento escolar que, depois, seriam utilizadas em uma atividade pedagógica. Contudo, alguns jovens acessaram pastas particulares da professora e compartilharam as imagens com os demais colegas.

"Eu trabalhei até o quinto horário normalmente, sem saber de nada, enquanto estava todo mundo já sabendo da situação. Só vim saber às 18 horas, quando a diretora, no final do dia, me chamou para uma reunião, dizendo que era só eu entre eu e ela. Mas tinham seis pessoas na sala. Me senti inibida. E foi onde ela me passou o fato", lembrou.

A professora disse que denunciou o vazamento das fotos à Polícia Civil.

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Professora começou a ser destratada na escola

Em entrevista ao G1, Bruna contou que a gestão da escola soube do vazamento após uma coordenadora ver vários alunos reunidos e, ao se aproximar, constatar que eles estavam olhando fotos da professora nua.

Depois disso, a profissional contou que passou a ser destratada no ambiente de trabalho, tanto por parte de colegas como da gestão. 

Bruna havia sido contratada para trabalhar pelo menos cinco anos na instituição, mas a demissão ocorreu em menos de oito meses após o início do contrato.

O que alegou a escola?

Segundo o G1, a escola informou que o regimento interno estabelece que os professores não podem emprestar seus celulares de uso pessoal para os estudantes. Além disso, a instituição destacou que a decisão de demitir foi tomada em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que preconiza a proteção integral das crianças e dos seus direitos. E pontuou ainda que orientou a profissional a procurar a Polícia.

Em defesa própria, Bruna alegou que o celular foi emprestado porque a escola não tinha aparelhos que fizessem filmagens para registrar os eventos internos, e aquele específico era importante, por se tratar do Mês da Consciência Negra. "Solicitar que estudantes façam o registro de uma atividade é dotá-los de autonomia, tem valor imprescindível para um ser humano livre e cidadão", argumentou a professora.

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