A Polícia Federal deflagrou, neste domingo (24), a Operação Murder Inc., referente ao caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Três homens públicos foram presos no Rio de Janeiro suspeitos de envolvimento no crime.
Foram detidos os irmãos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, apontados como mandantes do crime, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, por atrapalhar as investigações.
Anteriormente, a informação divulgada foi que Barbosa também era suspeito de mandar matar a vereadora. No entanto, a investigação esclareceu que ele teria atuado para proteger os irmãos Brazão.
A Operação também cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, também na capital fluminense. A Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro participaram da ação.
Os investigadores trabalham para definir a motivação do crime. Até o momento, as investigações apontam que o motivo tem a ver com a expansão territorial de milícia no Rio.
DELAÇÃO PREMIADA
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, revelou, na terça-feira (19), que a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa sobre o caso Marielle Franco foi homologada.
Ele está preso desde 2019 pelo assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes. Élcio Queiroz, que estaria no volante do carro usado para matar Marielle, também fechou acordo semelhante.
Com a aprovação, Lewandowski chegou a declarar que o caso teria mais avanços "em breve". "Certamente, dentro em breve, teremos resultados daquilo que foi apurado pela competentíssima ação da Polícia Federal que, em um ano, chegou a resultados concretos nessa investigação", afirmou.
"Dia histórico"
A família de Marielle Franco divulgou uma nota após a operação que resultou na prisão de três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora. No texto, eles destacam que este domingo "é um dia histórico para a democracia brasileira e um passo importante na busca por justiça no caso de Marielle e Anderson".
Apesar de destacar o avanço nas investigações, a nota aponta que, até o momento, "ninguém foi efetivamente responsabilizado" pelo crime.
"Todas as prisões são preventivas e ainda há muita coisa a ser investigada e elucidada, principalmente sobre o esclarecimento das motivações de um crime tão cruel como esse. Mas, os esforços coordenados das autoridades são uma centelha de esperança para nós familiares", ressaltam.
Os familiares da vereadora agradecem ainda a Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal e do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro — responsáveis por deflagrar a operação deste domingo — e ao Ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal, relator do caso.
"Neste dia de dor e esperança, nossa família segue lutando por justiça. Nada trará nossa Mari de volta, mas estamos a um passo mais perto das respostas que tanto almejamos", encerra.
A nota é assinada pelos pais de Marielle, Marinete e Antônio, pela irmã Anielle e pela filha da vereadora, Luyara.
RELEMBRE O CASO
A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados na noite do dia 14 de março de 2018. Por volta das 21h15, o carro no qual as duas vítimas e a assessora Fernanda Chaves estavam foi emboscado no bairro do Estácio.