Tiroteio e saques são registrados no RS em meio à tragédia de inundações

O Rio Grande do Sul tem sofrido com enchentes e inundações provocadas por temporais

Em meio à tragédia climática no Rio Grande do Sul, com enchentes e inundações provocadas por temporais, gaúchos têm sofrido, também, com ocorrências de tiroteios e saques. Na noite dessa segunda-feira (6) e na manhã desta terça-feira (7), foram publicados vídeos que mostram a ação dos criminosos em Porto Alegre, na capital do estado.

Em um dos registros publicados, policiais impedem suspeitos de saquearem pessoas em Porto Alegre. "Hoje é dia 6, 23 horas, acabamos de fugir do viaduto da Mathias [no bairro Mathias Velho]. O pessoal está trocando tiros e estava indo para o alojamento, não vão para lá", orientou uma moradora.

Segundo o Gazeta do Povo, em algumas localidades do estado, moradores têm se recusado a deixar suas residências inundadas, com medo de serem saqueadas. O portal informou ainda que, no município de Arroio do Meio, por exemplo, no Vale do Taquari, o prefeito chegou a pedir reforço no patrulhamento da Força Tática da Brigada Militar devido às ocorrências criminosas registradas nos últimos dias — no local, um homem teria sido assassinado com golpes de espeto e outro teria sido baleado.

Onda de saques

A loja oficial do Grêmio, no estádio do clube, em Porto Alegre, teria sido saqueada no último fim de semana. Além disso, em Canoas, outro município do estado gaúcho, barcos utilizados para o resgate de vítimas teriam sido furtados e assaltantes estariam usando barcos e jet-skis para chegar a propriedades e invadir casas e comércios evacuados.

Em outro caso registrado em Canoas, ainda segundo o Gazeta do Povo, assaltantes teriam tomado um barco lotado com desalojados, mas teriam sido logo capturados porque, na embarcação, estavam dois policiais.

O comandante-geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, coronel Cláudio Feoli, disse ao Globo que, devido à situação, policiais tiveram férias canceladas e foram convocados a trabalhar no último fim de semana. O policiamento em Canoas e em São Leopoldo também teria sido reforçado para evitar a onda de crimes. "Estamos trabalhando em um cenário de guerra", comentou o coronel.

O contexto tem assustado até voluntários que trabalham no resgate às vítimas. Muitos estariam, segundo o Globo, conduzindo embarcações armados com espingardas. Além disso, a população estaria sofrendo com o oportunismo de quem estaria cobrando para fazer resgates. A polícia local teria recebido, por exemplo, a denúncia de que barqueiros estariam cobrando R$ 500 para resgatar vítimas de alagamentos — R$ 600, se a pessoa tiver animais domésticos.