Suzane von Richthofen, 39 anos, foi solta na tarde desta quarta-feira (11), após a Justiça conceder progressão para o regime aberto. Ela estava presa desde 2002 em um presídio em Tremembé, por envolvimento na morte dos pais.
Richthofen deixou a Penitenciária Feminina I Santa Maria Eufrásia Pelletier por volta de 17h35 desta quarta-feira, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo.
O Tribunal de Justiça disse, em nota, que a progressão ao regime aberto foi concedida após verificação do cumprimento dos requisitos estabelecidos pela Lei de Execução Penal.
Suzane foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão e, em 2015, progrediu para o regime semiaberto, com a permissão de deixar o presídio para saídas temporárias.
Em 2021, Suzane começou a cursar Biomedicina em uma universidade no interior de São Paulo. Ela frequenta as aulas utilizando tornozeleira eletrônica.
O pedido para ingressar na graduação foi feito pela defesa da presa após ela obter nota suficiente no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar o ensino superior.
O que é regime aberto?
O regime aberto é uma modalidade de cumprimento da pena em que o preso pode sair durante o dia e deve se recolher durante a noite.
O preso deve seguir uma série de regras e pode haver monitoramento por tornozeleira eletrônica.
História do crime
Marísia e Manfred Von Richthofen viviam com os filhos, Suzane e Andreas, em uma mansão na Zona Sul de São Paulo. Em agosto de 1999, Suzane conheceu Daniel, e pouco tempo depois, começaram um relacionamento.
Os dois não recebiam o apoio da família, principalmente a dela. O casal, então, juntou-se ao irmão de Daniel, Cristian, e planejou o assassinato dos pais de Suzane, assim poderiam dividir a herença dos Von Richthofen. O trio tentou fazer com que o crime fosse visto como um latrocínio, porém, após uma longa investigação da Polícia, a verdade sobre a autoria veio à tona.
Suzane e o namorado, Daniel, foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisão, já Cristian recebeu um ano a menos.
O caso ganhou grande notoriedade e foi retratado em dois filmes, lançados em setembro de 2021. "A Menina que Matou os Pais" e "O Menino que Matou Meus Pais" narram versões opostas do mesmo crime, a partir dos relatos de Suzane e Daniel.
Irmão de Suzane Von Richthofen
Na época em que o caso veio à tona, Andreas tinha apenas 15 anos. Por ser menor de idade, foi entregue à tutela da avó, Lourdes Maganani Abdalla, e do tio, Miguel Abdalla Neto, após perder os pais. Sob os cuidados dos parentes, o menino sofreu novamente quatro anos depois, quando a avó faleceu.
Estudando na melhor escola de São Paulo e mantendo-se focado nos estudos, não foi surpresa quando o herdeiro foi aprovado no vestibular para o curso de Farmácia e Bioquímica da USP em terceiro lugar.
Em 2015, o herdeiro se manifestou pela primeira vez sobre a tragédia, através de uma carta enviada à reportagem do Estadão. Na correspondência, ele deixou claro a indignação e revolta que sentia em relação ao crime.
Já em 2021, o homem foi encontrado com roupas rasgadas e com escoriações e ferimentos nas pernas. Ele foi levado a um hospital e, no mesmo dia, foi transferido para a Clínica São João de Deus, focada na recuperação de dependentes químicos.