Suzane, ex von Richthofen, inicia Faculdade de Direito em São Paulo, diz jornal

Ela cursava a mesma graduação quando foi presa, em 2002, por mandar matar os pais

Um mês após ter o primeiro filho, Suzane Louise Magnani Muniz, antes conhecida pelo sobrenome von Richthofenretirado em cartório —, ingressou nesta semana no curso de Direito na Universidade São Francisco, no campus de Bragança Paulista, onde reside com o companheiro, o médico Felipe Zecchini.

Esta não é a primeira vez que ela faz a graduação. Há mais de duas décadas, quando foi presa pela morte dos pais, em 2002, ela frequentava aulas do mesmo curso na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). As informações são do jornal O Globo

Suzane participou da primeira aula nessa quarta-feira (28), cerca de uma semana após o início do período letivo. Os colegas relataram ao periódico que ela não compareceu aos primeiros dias, período em que os calouros costumam se apresentar à turma, dizendo o nome em voz alta e explicando por que escolheram estudar Direito. 

Para ingressar na vaga, Suzane usou a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Na instituição, o valor da mensalidade é de R$ 1.220,68, mas ela oferece modalidade com desconto de 50% dessa quantia.

Segundo O Globo, ela está matriculada na turma matutina. Na quarta-feira, chegou cedo e sentou-se na última fileira de cadeiras da sala de aula, próximo à porta de saída. Na ocasião, cumprimentou os colegas, mas evitou conversas, segundo relataram os estudantes. 

A notícia sobre a presença de Suzane no local logo se espalhou pela instituição, através de grupos no WhatsApp, onde fotos e vídeos dela foram compartilhados por outros universitários. Ainda conforme os alunos, ela pareceu não se importar com a situação e passou a maioria do tempo mexendo no próprio celular. 

Cursos superiores

Esta não é a primeira vez que ela ingressa no ensino superior após ser a mandante do assassinato dos pais. Desde que avançou para o regime semiaberto, depois de 10 anos presa na Penitenciária de Tremembé, Suzane passou em diversos vestibulares.

Em 2016, ela foi aprovada no curso de Administração da Universidade Anhanguera de Taubaté, mas não pôde frequentar as aulas devido uma decisão da 2ª Vara de Execuções Criminais da mesma cidade a proibiu de fazer a matrícula, alegando que ela seria repugnada no ambiente acadêmico por alunos e professores. Na época, ela recorreu e conseguiu o direito, mas acabou desistindo. 

Depois disso, ela foi admitida em outras faculdades, mas só realmente retornou ao ensino superior em 2021, ao usar a nota do Enem para se matricular no curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera de Taubaté. Posteriormente, mudou para Biomedicina, pois não havia alunos suficientes para preencher uma turma. . 

Ano passado, ela pediu transferência para a Sudoeste Paulista (UNIFSP) de Itapetininga, mas abandonou o curso para morar com o marido médico em Bragança Paulista.

Condenada a 39 anos de reclusão pela morte dos pais, Suzane cumpre a pena em regime aberto desde o início do ano passado.