Eduardo da Silva Noronha, de 25 anos, preso em flagrante, suspeito de ter sequestrado uma menina de 12 anos no Rio de Janeiro e a levado até a capital maranhense, em um carro de aplicativo, disse em depoimento que beijou, acariciou e teve uma ereção, mas não chegou a ter relações sexuais com a vítima. As informações são do portal Extra.
Ele foi solto na tarde dessa quinta-feira (16), após audiência de custódia em São Luís, no estado do Maranhão.
A menina desembarcou no Rio de Janeiro, na noite da quinta-feira (16), no aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio e, após ir ao Instituto Médico-Legal (IML), prestou depoimento na DECAV. Segundo a delegada responsável pelo caso, a vítima não comentou se teve algum tipo de relação com o suspeito. Mas afirmou que eles dormiram juntos em uma única parada que fizeram na Bahia e na quitinete onde ficou em cárcere de privado no Maranhão.
"Ficou claro para mim que ela se apegou emocionalmente a ele. A menina não tem ideia da gravidade do que aconteceu. Ela resolve pedir ajuda a irmã e tentar mandar mensagem logo assim que chegou no Maranhão quando encontrou no celular dele imagens de outras mulheres. Neste momento, ela percebe que não era única e que eles não viviam um romance. Outro ponto importante é quando ele sai para trabalhar e a deixa trancada em casa sem televisão e sem fogão para cozinhar. Naquele momento, ela começa a entender que ele estava a mantendo como prisioneira", afirmou a delegada.
A vítima disse ainda que Eduardo teria feito uma identidade falsa, com registro de idade de 16 anos, para conseguir viajar com ela sem ser parado pela Polícia Federal. A Polícia, no entanto, ainda não encontrou o RG.
Polícia procura motorista
A Polícia do Maranhão continua em busca do motorista de aplicativo responsável por levar a menina de 12 anos do Rio de Janeiro até o Maranhão. Conforme Souto, as investigações já localizaram o local de onde o carro partiu e imagens de câmeras de segurança serão analisadas para tentar descobrir quem era o motorista contratado.
"Aqui no Rio, a investigação prossegue na tentativa de localizar o motorista. Nós temos a localização do local onde ela pegou o carro, foi em Sepetiba. A irmã vai nos passar o local exato, a ideia é buscarmos as câmeras de segurança para ver a participação desse motorista. Se é uma pessoa aqui do Rio. Se fosse uma pessoa de boa fé, bem intencionada, com essa repercussão, ele teria se apresentado a polícia ou falado com a família. Por si só, nos causa estranheza essa pessoa não ter procurado a família", diz a delegada.
Estupro de vulnerável
Eduardo da Silva Noronha responderá pelos crimes de subtração de capaz, no Rio de Janeiro, estupro de vulnerável e cárcere privado no Maranhão. O suspeito, apesar de posto em liberdade, será monitorado por tornozeleira eletrônica, segundo a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap).
A vítima conheceu Eduardo pelo TikTok, rede social de vídeos, e trocaram mensagens durante dois anos. Segundo o delegado Marcone Matos, chefe do Departamento de Proteção à Pessoa (DPP) da Polícia Civil do Maranhão, o suspeito pagou R$ 4 mil pela viagem até o nordeste, feita de carro.
De acordo com a Polícia, suspeito mantinha a menina em cárcere de privado na quitinete onde ele mora. A adolescente foi resgatada por volta das 17h30 da última terça-feira no bairro Divinéia, em São Luís. Antes de chegar ao local, os policiais foram a outras quitinetes na região, tentando localizar a menina. Eles contaram com a ajuda de vizinhos, que já tinham percebido a movimentação atípica no imóvel, mas não haviam feito qualquer denúncia à polícia.
O apartamento fica localizado no segundo andar do prédio, com poucos móveis. Na sala, foi encontrada uma mochila rosa da menina, que foi levada por ela ao ser resgatada pelos policiais. Quando os policiais chegaram, a menina estava sozinha.
Eduardo chegou em casa por voltas das 19h, o açougueiro foi preso em flagrante por cárcere de privado.Informalmente, a menina relatou aos policiais que viajou por vontade própria, mas não sabia as condições nas quais ficaria. Todos os dias, quando saía para trabalhar, Eduardo trancava a porta e levava a chave consigo.
Uma nova investigação foi aberta para apurar os crimes de estupro de vulnerável (já que admitiu ter beijado a vítima).