Restos mortais que seriam de Bruno Pereira e Dom Phillips chegam a Brasília

A chegada ocorreu no aeroporto Internacional JK e foi acompanhada por policiais federais; perícia deve começar nesta sexta (17)

Os restos mortais encontrados no local de buscas do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, chegaram ao Aeroporto de Brasília nesta quinta-feira (16), por volta das 18h34. Os corpos foram transportados em caixões na aeronave da Polícia Federal e devem começar a ser periciados nesta sexta-feira (17). As informações são do G1.

Os dois estavam desaparecidos desde o último dia 5, após saírem em expedição no Vale do Javari, no estado do Amazonas. Nesta quarta-feira (15), o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Fontes, afirmou que Amarildo da Costa Oliveira, também conhecido como Pelado, confessou o assassinato dos ativistas. 

Os corpos foram encontrados em estágio avançado de decomposição e, por conta disso, os peritos da PF precisarão compará-los à genética de familiares de Pereira e Phillips. A previsão é de que o resultado das análises deve sair em até 10 dias. A perícia deve ainda determinar a causa da morte. 

Prisão

Duas pessoas já foram presas por suspeita de envolvimento no desaparecimento da dupla: os irmãos Amarildo da Costa Oliveira e Oseney da Costa de Oliveira. Um terceiro mandado de prisão pode ser expedido em breve. O inquérito também tenta esclarecer se o assassinato de Bruno e Phillips está relacionado a crimes anteriores dos mesmos suspeitos.

Além disso, a Polícia Federal expandiu as investigações sobre o assassinato e outras três pessoas também são investigadas. Nesta quinta, os agentes da PF cumpriram mandato de busca e apreensão na casa de um dos suspeitos de envolvimento no crime, em Atalaia do Norte, segundo o G1. 

A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. 

Entenda o caso

Bruno Pereira e Dom Phillips estavam desaparecidos desde o último dia 5 de junho, quando faziam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Vale do Javari, Amazônia.

A viagem costuma durar apenas 2 horas, mas eles nunca chegaram. Após horas sem contato, uma equipe da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) formada por indígenas conhecedores da região que trabalhavam com Bruno partiu em busca dos dois, mas sem sucesso.

A Univaja e o Observatório de Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI) disseram, em nota, que os homens "receberam ameaças em campo na semana em que desapareceram".

Os grupos não forneceram mais detalhes, mas Bruno Pereira, especialista da Fundação Nacional do Índio (Funai), com profundo conhecimento da região, recebia regularmente ameaças de madeireiros e garimpeiros que tentam invadir ilegalmente as terras das comunidades indígenas.