O influenciador fitness Renato Cariani foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro nesta segunda-feira (18). Em mais de quatro horas de depoimento na sede da PF em São Paulo, ele prestou esclarecimentos sobre um suposto esquema de desvio de produtos químicos para produção de drogas como crack e cocaína. As informações são do portal g1.
Segundo a polícia, o tráfico é equiparado porque Cariani, supostamente, não se envolveu diretamente com drogas ilícitas, mas com produto químico destinado à preparação de entorpecentes.
O influencer e outras três pessoas tiveram a prisão preventiva solicitada pela PF na Operação Hinsberg, deflagrada no último dia 12, mas seguem em liberdade após o pedido ser negado pela Justiça.
Segundo as investigações, o esquema criminoso do qual a empresa do influencer é investigada desviou, em seis anos, uma quantidade de substâncias químicas capaz de produzir 15 toneladas de crack.
Operação
A Anidrol, empresa de Cariani, uma indústria química que fica em Diadema (SP), foi um dos alvos da força-tarefa deflagrada na última terça. Segundo a PF, ao todo foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sendo 16 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Paraná.
O grupo alvo é suspeito de desviar 12 toneladas de produtos químicos para a produção de crack, entre eles, fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. O total corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para o consumo.
As investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras.
Foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da Organização Criminosa alvo da operação.
Conforme a investigação, os envolvidos no caso podem responder pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, ultrapassam 35 anos de reclusão.
Em pronunciamento divulgado logo após a deflagração da operação que apura o caso, Cariani disse que Anidrol é toda "regulada".