Relembre caso Henry Borel, que teve exibição impedida no Linha Direta

Henry morreu em apartamento com a mãe, Monique Medeiros, e o padastro, Jairinho

A morte de Henry Borel Medeiros seria o tema o programa 'Linha Direta', da TV Globo, desta quinta-feira (18). Mas a exibição foi barrada por liminar judicial a pedido da defesa do ex-vereador Jairinho, acusado de matar o menino de 4 anos.

A informação foi confirmada pela colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo. A assessoria da TV Globo afirmou à colunista que não comenta questões em discussão na Justiça.

Na decisão, a juíza Elizabeth Machado Louro aponta que "o réu deverá ser julgado por um corpo de juízes leigos e tal exposição poderá colocar em risco a imparcialidade dos julgadores".

A magistrada alega ainda que a exibição do programa não parece servir aos propósitos informativos que possam ser alegados. A TV Globo não informou sobre o tema que será exibido na edição desta quinta.

Caso Henry Borel

Henry Borel morreu na madrugada de 8 de março de 2021, no apartamento onde morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva, e o padastro, o ex-vereador Jairo Souza dos Santos Jr, conhecido como Dr. Jairinho

As investigações apontam que Henry morreu após agressões do padrasto e pela omissão da mãe. Henry sofreu, pelo menos, 23 lesões por ação violenta no dia de sua morte, segundo laudo médico.

Os peritos identificaram que Monique e Jairinho demoraram 39 minutos para socorrer Henry. Ele já chegou morto ao hospital. 

Conforme o depoimento de Monique, ela teria acordado por volta de 3h30 e encontrado Henry caído. As imagens do elevador, porém, mostram que ela saiu de casa para levar a criança à emergência às 4h09. 

Henry passou o fim de semana com o pai, Leniel Borel de Almeida, e, na noite anterior à morte, no dia 7, foi deixado na casa da mãe. 

Mãe e padastro são réus

Jairinho é réu por homicídio triplamente qualificado e tortura contra a criança, além de coação de testemunhas. O ex-vereador está preso desde 8 abril de 2021. Monique é acusada de homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva e falsificação ideológica.

Monique também havia sido presa na mesma data que Jairinho. A ré teve a prisão revogada em agosto de 2022 pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Ela chegou a ser liberada em abril de 2022 após receber ameaças na cadeia, mas voltou à prisão meses depois. 

Durante primeiro interrogatório, Jairinho se declarou inocente. Monique alegou que estava dormindo na madrugada da morte do filho, e que foi avisada por Jairinho que Henry "tinha caído da cama".