Professor é demitido por expor aluno que vendia água de coco no Espírito Santo

Comentário foi feito após o professor ver o estudante ajudando a família a vender coco em praia de Vitória

Um professor foi demitido de uma escola pública em Vitória, no Espírito Santo, após escrever no quadro da sala de aula um comentário sobre um adolescente de 16 anos que ajuda a mãe a vender água de coco. Informações são do g1.

"Será que é melhor ir para o calçadão de Jardim Camburi vender água de coco ou se esforçar um pouco mais nos estudos para ter um emprego melhor?", escreveu o professor de matemática, Marcos Lengrub, no quadro, para os alunos.

O garoto alvo do comentário estudou na instituição até fevereiro deste ano, mas mudou de escola há três semanas. O comentário feito pelo professor foi mostrado à família dele por amigos de classe, que fotografaram o quadro. E, assim que soube do ocorrido, a mãe do menino publicou um desabafo nas redes sociais e o vídeo repercutiu. 

"Trabalho há três, quatro anos vendendo água de coco. É através da água de coco que levo sustento para a minha família, que pago as minhas contas e meu aluguel. Infelizmente, hoje, fui surpreendida juntamente com meu filho. Ele estudou na escola e o professor teve uma fala infeliz. Ele viu meu filho trabalhando juntamente comigo e aí expôs meu filho, colocando no quadro essa reflexão", disse a mulher no Instagram.

Segundo a mãe, o professor viu o menino ajudando a família na última quinta-feira (14). O comentário foi feito um dia depois, na sexta (15).

Professor foi demitido

De acordo com a Secretaria da Educação do Espírito Santo, Marcos Lengrub foi demitido. Além disso, conforme o g1, o professor foi às redes sociais afirmar que o texto escrito na lousa tratava-se apenas de "uma reflexão".

"Infelizmente, na última semana, mais precisamente na sexta-feira, resolvi fazer uma breve reflexão em sala de aula sobre a importância da educação e da sua relação com o trabalho na idade escolar. De acordo com as leis vigentes, os adolescentes devem frequentar a escola até os 17 anos. Eu trabalho justamente com a faixa etária de 14 a 17 anos de idade e, por isso, entendo que a todos estes jovens deve ser assegurado o direito à educação, e que é na escola onde todos devem estar, nessa faixa etária. A reflexão que eu propus nesta aula foi essencialmente sobre isso", escreveu o professor.