Publicações nas redes sociais feitas por Monique Medeiros, mãe do menino Henry, foram decisivas para que o ministro Gilmar Mendes determinasse sua volta à prisão. Ainda na decisão, foi citado o descumprimento de "medidas cautelares" impostas durante sua "prisão domiciliar". As informações são do jornal O Globo.
Medeiros é ré por torturas e homicídio do filho Henry Borel Medeiros, de 4 anos. Assim como o ex-companheiro e padrasto da criança, Jairo dos Santos Souza Júnior, o ex-vereador Doutor Jairinho, que está preso. Ambos serão levados a júri popular em data ainda indefinida.
O autor do pedido analisado por Gilmar Mendes foi o pai do menino, Leniel Borel de Almeida, assistente de acusação do processo. No documento, foram anexados alguns prints das postagens do perfil do Instagram da professora.
Veja publicações
Segundo Leniel Borel, Monique propagou “fake news” na plataforma para construir a imagem de uma boa mãe. "Sustentando a narrativa de que não tem nenhuma responsabilidade pelos crimes cometidos contra Henry”, escreveu o advogado de defesa do engenheiro, Cristiano Medina da Rosa.
O magistrado, baseado em uma decisão do Ministério Público, acredita que o uso do celular para fazer publicação na rede social configura "evidente afronta às cautelares".
Além disso, a defesa do pai de Henry alega que ele sofre uma "verdadeira perseguição" por parte de Monique.
CASO HENRY BOREL
Henry Borel morreu na madrugada de 8 de março de 2021, no apartamento onde morava com a mãe, Monique, e o padastro, o ex-vereador Jairo Souza dos Santos Jr, conhecido como Dr. Jairinho.
As investigações apontam que Henry morreu após agressões do padrasto e pela omissão da mãe. Henry sofreu, pelo menos, 23 lesões por ação violenta no dia de sua morte, segundo laudo médico.
Os peritos identificaram que Monique e Jairinho demoraram 39 minutos para socorrer Henry. Ele já chegou morto ao hospital.
Jairinho é réu por homicídio triplamente qualificado e tortura contra a criança, além de coação de testemunhas. O ex-vereador está preso desde 8 abril de 2021. Já Monique é acusada de homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva e falsificação ideológica.