A Polícia Federal (PF) encontrou, nesta quinta-feira (1º), um cofre lotado de dinheiro durante uma operação contra crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro que investiga uma empresa pertencente a aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A força-tarefa investiga desvios em contratos para comprar de kits de robótica, feitos com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
A Controladoria Regional da União em Alagoas (CGU/AL) informou que os crimes deram prejuízo de R$ 8,1 milhões ao erário. Os potenciais de perda chegam a R$ 19,8 milhões, conforme o sobrepreço gerado e as despesas analisadas.
Cofre em casa de investigado foi apreendido; assista:
Além do cofre, foram encontradas durante a operação malas com dinheiro. Mais de 110 policiais federais e 13 servidores da CGU participam da operação.
Mandados judiciais
São cumpridos nesta quinta 27 mandados judiciais de busca e apreensão. sendo 16 em Maceió (AL); oito em Brasília (DF); um em Gravatá (PE); um em São Carlos (SP) e um em Goiânia (GO).
Dois mandados de prisão temporária foram cumpridos em Brasília (DF). Os documentos foram expedidos pela 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Alagoas.
Também foi determinado o sequestro dos bens móveis e imóveis de todos os investigados pela PF. Ainda foram suspensos processos licitatórios e contratos administrativos celebrados entre a empresa investigada e as cidades alagoanos que ganharam recursos do FNDE para adquirir os equipamentos de robótica.
Crimes
Conforme as investigações, as atividades ilícitas teriam se dado entre 2019 e 2022. Os crimes ocorreram na realização de "licitações adesões a Atas de Registro de Preços e celebrações contratuais relacionadas ao fornecimento de equipamentos de robótica para 43 municípios alagoanos".
"De acordo com a investigação, as citadas contratações teriam sido ilicitamente direcionadas a uma única empresa fornecedora dos equipamentos de robótica, através da inserção de especificações técnicas restritivas nos editais dos certames e de cerceamento à participação plena de outros licitantes", diz a PF.