Personal trainer é morta pelo namorado e deixada na porta de casa dos pais em Porto Alegre

Alexander Gunsch alegou que teve uma discussão com a vítima motivada por ciúmes

Um homem foi preso preventivamente no domingo (28), em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, suspeito de matar a namorada e abandonar o corpo na frente da casa dos pais dela.

Familiares da personal trainer Débora Michels, 30, relataram ao g1 que nunca observaram em Alexander Gunsch comportamentos agressivos que dessem indícios do que ele poderia fazer com a jovem. "Eu nunca ia imaginar que o cara ia fazer uma atrocidade dessas", disse o professor aposentado Davi Rodrigues da Silva, pai da vítima. Segundo ele, a família sabia que o relacionamento de 12 anos entre Débora e Alexander não ia bem. Tanto que o pai tentou intervir e conversar com o genro. "Ele na maior cordialidade, frio assim", narrou. A personal foi encontrada na calçada da casa dos pais, com ferimentos que sugerem estrangulamento.

Segundo a Brigada Militar local, câmeras de segurança registraram o momento em que um homem retira o corpo de dentro de um carro e coloca onde foi encontrado. De pronto, a Polícia Civil acreditou se tratar de Alexander, então namorado da vítima e principal suspeito do crime. Preso, ele confessou.

"Ele disse que eles estavam em um processo de separação e que, na data do fato, acabaram discutindo por ciúmes e, a partir daí, segundo ele declarou, a vítima acabou agredindo ele e ele, na sequência, agarrou a vítima pelo pescoço, acabou jogando ela contra o armário e isso, segundo ele, veio ocasionar a morte da vítima. Ele alega isto: conduziu a vítima até o veículo, vieram até Montenegro, mas que os sinais vitais, ele percebeu ao longo do caminho que ela não estava mais viva e ele acabou deixando o corpo lá, na residência dos pais dela", contou ao G1 o delegado Marcelo Farias Pereira, que está à frente do caso.

Vítima estava de mudança

Débora e Alexander começaram a namorar quando ela tinha 18 anos. Ele, 20 anos mais velho que ela, nunca demonstrou para a família comportamento violento. No entanto, o pai da vítima, Davi, disse que sabia que o relacionamento não estava bem, que a filha já havia decidido se separar, e contou que tentou conversar com o genro.

"'Vai seguir tua vida', eu falei para ele. 'Pode arrumar uma companheira que vai te entender'. E ele: 'Não, perfeitamente', me dizia. 'Perfeitamente, é isso mesmo que eu quero, já estou dando um jeito'", relembrou o pai da vítima.

Ainda segundo Davi, Débora já estava com seus pertences encaixotados para a mudança e iria para casa dos pais no dia seguinte ao crime. "Nós íamos lá para pegar no outro dia de manhã [as coisas], mas ele me joga ela morta na frente de casa. Às quatro horas da manhã. Coisa de um animal. Um cara que não pode ficar solto. Não pode, não pode, não pode. Pode pegar outra menina, iludir, ludibriar e, de repente, fazer a mesma coisa", alertou o professor.