Números publicados em relatório disponibilizado pelo Banco Central apresentam dimensões precisas das pedaladas fiscais no governo Dilma Rousseff em comparação aos antecessores Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e a segunda metade do segundo governo Fernando Henrique Cardoso (2001-2002). Com informações da Folha de S. Paulo.
O Banco Central calculou os atrasos em repasses do Tesouro aos bancos federais e ao FGTS desde 2001, a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU).
Verificou-se que desde o período solicitado existe a prática das pedaladas fiscais no governo federal. Os valores têm uma tendência de alta desde o final do governo Lula e uma disparada a partir da gestão Dilma.
No final do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, a conta do Tesouro a ser saldada com os bancos era de R$ 948 milhões. No entendimento do TCU, esse valor deveria ser acrescentado à dívida pública.
No fim de 2015, a conta já se aproximava de R$ 60 bilhões. O TCU determinou o pagamento das dívidas, realizado em dezembro.
A presidente argumenta que a diferença de valores diz respeito à expansão da economia brasileira e do Orçamento da União desde a década passada.
Entre 2001 e 2008, o impacto das pedaladas na dívida pública oscilou, sem tendência definida, entre 0,03% e 0,11% do PIB. A partir de 2009, o crescimento é contínuo, chegando ao pico, em 2014, de 1% do PIB.
A atual legislação do País não permite empréstimos de bancos a seus controladores porque a transação dá margem a fraudes: o banco teria dificuldades em cobrar a dívida e o controlador poderia se valer de dinheiro que pertence a correntistas e poupadores.