O engenheiro Leniel Borel, pai do menino Henry Borel, de quatro anos, disse que os relatos da mãe da criança, Monique Medeiros, de que era agredida pelo namorado são apenas parte da tática da defesa. "Isso daí é estratégia de advogado para tentar melhorar o caso dela", disse em entrevista ao UOL na quinta-feira (22).
"Não acho que ela estava sendo agredida. Pode ter sido agredida no final, para não falar nada do que sabia. Agora antes? Ela poderia até estar sendo agredida, mas não protegeu o filho dela", disse o engenheiro ao portal.
Para Leniel, a possibilidade de Monique ter supostamente mentido durante o primeiro depoimento à Polícia, escondendo os casos de agressões feitas pelo médico e vereador carioca Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), à ela e ao filho evidenciam que a professora escolheu não defender Henry Borel.
A equipe de defesa da mãe de Henry foi procurada pela reportagem do Uol, mas não se manifestou sobre a entrevista.
Agressões contra Henry Borel
O engenheiro afirmou que chegou a questionar a ex-companheira sobre o relato do filho de que "o tio machuca", mas ela negou.
"Mataria ele se fosse o caso, se estivesse acontecendo alguma coisa. O Henry é um menino muito inteligente. Eu botei uma câmera no quarto e a câmera não mostra nada'. Como vou achar que uma mulher dessa, olhando tudo, que ela estava sendo agredida?", disse ao portal.
Leniel disse que chegou a encontrar Monique sem a presença de Dr. Jairinho, mas ela não relatou nada sobre as supostas violências que o namorado cometia contra ela.
"A Monique foi o principal filtro. Como mãe, ela poderia ter bloqueado. Depois a gente vê o escárnio com a sociedade, comigo. Nunca mais me ligou, os pais dela não me ligaram. Depois ela aparece na delegacia tirando foto, como se nada tivesse acontecido", relatou.
Investigação e manipulação
O pai de Henry ainda teria notado que Monique tentou manipular o rumo das apurações da Polícia. Leniel afirma que a professora tentou influenciar a própria família contra ele. Após a morte do filho, os parentes de Monique teriam contado ao engenheiro que ela teria usado o termo "alienação parental", se referindo a ele.
No dia 8 de abril, Monique e Dr. Jairinho foram presos suspeito de homicídio duplamente qualificado.
"Até a prisão, achava que ela estava sendo coagida, mas hoje eu vejo que, da maneira que Monique sempre foi, estava manipulando todo mundo", afirmou o engenheiro.
O pai de Henry classificou como "nebuloso" o suposto envolvimento da mãe da criança na morte e disse que ainda não consegue entender qual foi o papel de Monique na trama.
'Excelente mãe'
Leniel relembrou como era a relação com a ex-companheira. Segundo ele, a dinâmica do casal funcionava com ele sendo o "provedor" financeiro, enquanto Monique cuidava de Henry. Por ser engenheiro em plataformas de petróleo, ele disse que muitas vezes trabalhava em outro estado ou embarcado, longe dela e do filho, com o intuito de "botar dinheiro dentro de casa".
"Ela ficava com meu filho, mandava vídeos. Sempre cuidando. O que meu filho queria dava. Na minha ausência, ela era uma excelente mãe", disse.
Após a separação do casal, Leniel disse que a professora quis a guarda da criança. "Ela queria ficar com o filho. Mas Monique escolheu a felicidade dela, a felicidade dela foi acima de tudo", afirmou na entrevista ao Uol.
Morte de Henry Borel
O vereador Dr. Jairinho e a namorada, Monique Medeiros, são suspeitos da morte de Henry Borel, filho dela, no dia 8 de março, em um apartamento de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O casal está preso desde 8 de abril.
As investigações apontam que Henry era torturado pelo vereador, que também é investigado por agressão sofridas por outras crianças. Monique tinha conhecimento da situação desde o dia 12 de fevereiro, pelo menos.