A empresária Sandra Mara Fernandes, esposa do personal trainer que agrediu o ex-morador de rua Givaldo Alves, deu mais detalhes sobre o dia que teve relações sexuais com o homem. Em surto psicótico, ela passou um mês internada em uma clínica psiquiátrica em Brasília, para onde foi após mais dois surtos.
Em entrevista para a Folha de S. Paulo, a empreendedora contou que evita sair na rua, com medo da repercussão do caso. Em março, vídeo do educador físico Eduardo Alves agredindo Givaldo após encontrá-lo com Sandra, viralizou.
Ao jornal paulista, ela disse que, após ser encontrada pelo marido com o homem em situação de rua, foi levada ao hospital e lá recebeu documentos e orientações que são geralmente fornecidos a pessoas que podem ter sido vítimas de abuso sexual.
A mulher do personal foi medicada e liberada. Ao retornar para casa, Sandra teve mais dois surtos e contou que precisou ser levada amarrada para o hospital, onde foi internada para realizar o tratamento.
"Comecei a ter crises de ansiedade e tiveram que reforçar um medicamento. Comecei a dormir mais do que ficar acordada. Como mulher, comecei a sentir nojo de mim. Tive uma crise em que me perfurei 28 vezes com uma caneta, por não aceitar aquilo. Eu não queria aceitar que aquilo tinha acontecido realmente", comenta Sandra Mara.
Depressão
Diagnosticada com transtorno bipolar e depressão, Sandra ainda está em tratamento, com remédios. Ela foi liberada da clínica na semana passada.
"É uma doença grave, né? Para mim, é tudo muito novo. Hoje sei que tudo aquilo que passei era por conta de uma doença que eu já carregava. Olhando para trás, tenho consciência que episódios que eu tive faziam parte da doença que eu já tinha e não sabia", afirma.
Sandra está afastada de familiares e também da sogra, que não encontra desde o dia da ocorrência. Eles estavam juntas antes de ela ir ao encontro do "mendigo", que ela acreditou ser um "enviado de Deus".
Ela explicou que no dia pensou o ato sexual consumaria um "sonho de família" para o casal ganhar na Mega-Sena.
"Estou afastada da igreja por meus familiares acreditarem que o meu surto tem a ver com a religião. Por enquanto, estou lendo a Bíblia e tenho minha fé mais ainda, mas ainda não me sinto preparada para voltar para igreja, nem católica nem evangélica", diz.