O Ministério Público Federal (MPF) informou que abriu procedimento para averiguar a manifestação do deputado federal pelo Rio Grande do Sul Bibo Nunes (PL), na qual ele diz que estudantes de universidades federais merecem ser "queimados vivos".
De acordo com a nota, publicada nesta sexta-feira (21) pelo órgão, o parlamentar tem o prazo de 10 dias para prestar esclarecimentos.
O ataque aos universitários de Santa Maria e Pelotas está sendo apurado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), que atuará em conjunto com a PRM Santa Maria.
"A investigação segue na esfera da tutela coletiva, sendo que o material também será encaminhado para apreciação da Procuradoria-Geral da República especificamente na área criminal, pois o parlamentar possui foro privilegiado e eventual ilícito eleitoral", diz a nota.
A representação contra as críticas do deputado federal foi feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdecir Oliveira, e pelo radialista Luciano Guerra.
Entenda o caso
Em transmissão na internet na última quinta-feira (20), Bibo Nunes disse que estudantes das universidades federais de Santa Maria e de Pelotas, ambas no Rio Grande do Sul, merecem ser "queimados vivos".
O parlamentar criticava os alunos da UFSM, que protestaram contra o corte de verbas nas instituições de ensino superior. A cidade é a mesma da tragédia da boate Kiss, no ano de 2013, quando 242 pessoas morreram em decorrência de um incêndio.
"Ser rico não é problema. Mas ser rico e não ter noção, ser uns coitadinhos. É o filme 'Tropa de Elite'. Sabe o quê que aconteceu lá? Olha o filme um. Pegaram aqueles riquinhos ajudando pobres, se deram mal, queimados vivos dentro de pneus. É isso que estes estudantes alienados filhos de papai que têm grana merecem", disse o deputado.
As declarações do deputado foram feitas após o ato dos estudantes contra cortes orçamentários, que ocorreu há dez dias no campus sede. Em resposta, o parlamentar gravou o vídeo.
Segundo o parlamentar, os alunos "sempre dependeram da mesada do papai", são "alienados", além de os acusar de "comprar maconha, cocaína do traficante, que trafica armas para dar para bandidos".