O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) se posicionou contra o pedido de prisão preventiva de Alicia Dudy Muller Viega, estudante de medicina da USP indiciada por desviar R$ 1 milhão do fundo de formatura de sua turma. A Polícia Civil de SP havia solicitado a medida após a jovem de 25 anos ser indiciada por apropriação indébita.
O promotor de Justiça Fabiano Pavan Severiano, que está a frente do caso, concluiu não haver provas de que Alicia coloque em risco a ordem pública ou dificulte a instrução processual, por ser ré primária. As informações são da Folha de S. Paulo.
"Diferentemente do que ocorre na apropriação indébita, no estelionato a lei exige representação criminal dos ofendidos para oferecimento de denúncia contra a autora dos fatos", diz o MP.
Inquérito voltará à delegacia
De acordo com o MPSP, o inquérito vai retornar ao 16º Distrito Policial (DP) de São Paulo. Agora, o órgão pede que sejam colhidos depoimentos das vítimas para que se discrimine "de forma individual o prejuízo suportado para cada uma delas".
A defesa de Alicia também já havia contestado o pedido de prisão. O advogado Sergio Stocco Giolo disse que os fundamentos apresentados pelos policias foram vagos.
Na versão de Alicia, ela pretendia investir o valor, mas perdeu dinheiro por conta da falta de conhecimento em finanças. Ela jogou na loteria diversas vezes na tentativa de recuperar o montante perdido.
Desvio de dinheiro
Segundo relatado por estudantes de medicina da USP, Alicia teria desviado cerca de R$ 927 mil do fundo de formatura da própria turma. Em uma mensagem, enviada pela suspeita e compartilhada por um dos alunos nas redes sociais, ela afirmou ter sacado o dinheiro da conta da empresa responsável pelo evento e transferido a quantia para uma conta pessoal.
Logo em seguida, a estudante relata ter aplicado R$ 800 mil na Sentinel Bank, uma corretora de investimentos, que, supostamente, a teria enganado e ficado com o dinheiro. Os R$ 127 mil que sobraram, teriam sido utilizados pela suspeita para pagar advogados em uma tentativa de recuperar a quantia.
A estudante de 25 anos teria tentado recuperar o valor perdido jogando na loteria. Investigações da Polícia Civil, inclusive, descobriram que ela chegou a ganhar os sorteios cinco vezes no ano passado, e realizava apostas caras.