O Amazonas bateu recorde de queimadas em um único dia. Só na última terça-feira (30), foram registrados 783 focos de calor no estado, de acordo com dados do painel BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
No somatório do mês de julho, entre os dias 1º e 31, o Amazonas contabilizou 4.241 focos de queimadas, número considerado o maior desde 1998, quando o Inpe começou a monitorar a situação na Amazônia. No ano passado, em julho, foram registrados 1.947 focos, o que significa um aumento de 117,8% neste ano.
Segundo o g1, o avanço do fogo ocorre em meio à seca que atinge o estado e que deve ser mais grave do que a registrada no ano passado. Na segunda-feira (29), inclusive, a Agência Nacional de Águas (ANA) chegou a declarar situação de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus.
Cidades que mais sofrem com as queimadas
De acordo com o monitoramento do Inpe, o município de Apuí, no sul do Amazonas, foi o que mais registrou queimadas em julho, com 34,2% dos casos. Depois dele, seguem como as mais prejudicadas as cidades de Lábrea (23,2%), Novo Aripuanã (7,6%), Manicoré (7,5%) e Humaitá (6,2%).
Em entrevista ao g1, o presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) no Amazonas, Joel Araújo, explicou que o órgão deslocou três brigadas para combater os incêndios na região, conhecida como "arco do fogo". "O sul do estado é a região com a maior incidência de incêndios florestais, portanto, o Ibama atua naquela região com três brigadas em Humaitá, Manicoré e Apuí. Também criamos uma quarta brigada em Autazes, na terra indígena Recreio São Feliz", citou ele.
O Governo do Amazonas, por sua vez, afirmou que tem atuado com rigor no combate às queimadas, com ações integradas que envolvem órgãos estaduais e federais, além de sanções administrativas que resultam em prisões e apreensões de materiais ilícitos.
Queimadas no Brasil
Ainda conforme o painel do Inpe, o Amazonas concentrou, em julho, 18,9% dos registros de queimada no Brasil. No entanto, outros estados também sofreram com os focos de calor, como Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Acre.
O Ceará apareceu entre os últimos do ranking, com 0,6% dos casos.