Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi absolvido pela Justiça de São Paulo pela acusação de lavagem de dinheiro, assim como outros cinco réus, incluindo a mulher e os sogros dele. A informação é do colunista Josmar Jozino, do Uol. Marcola é apontado como o líder máximo de uma facção paulista e estava sendo processado pelo crime em questão na 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro de São Paulo.
Ele está preso na Penitenciária Federal de Brasília e possui condenação de 300 anos pelos crimes de roubo, homicídio, formação de quadrilha, organização criminosa e associação ao tráfico de drogas. Caso fosse julgado culpado, a pena poderia ser acrescida em mais 13 anos.
Por causa do processo, o Ministério Público de São Paulo havia pedido sequestro de um imóvel de alto padrão, pertencente à família dele, e da quantia de R$ 479 mil.
Marcola e a esposa, Cynthia Giglioli Herbas Gamacho, foram acusados de forjar a origem de R$ 479.756,37, movimentados em 243 depósitos em espécie entre janeiro de 2016 e agosto de 2017. As quantias teriam sido depositadas na conta-corrente de um salão de beleza cujo faturamento era de R$ 16 mil.
O Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirma que os sogros de Marcola compraram uma casa de luxo no condomínio Alphaville Granja Viana por R$ 1,1 milhão em 2018. Além disso, três anos antes, em 2015, o imóvel era avaliado em R$ 3 milhões, o que teria reforçado a tese da compra abaixo do valor e lavagem de dinheiro. Hoje, o imóvel é avaliado em mais de R$ 5 milhões.
Dois réus também foram acusados pelo MP-SP e pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de vender o imóvel para os parentes do preso.
MP deve recorrer
O MP-SP havia pedido condenação de todos e deve recorrer da decisão judicial, já que a absolvição foi anunciada na última quarta-feira (24) pelo juiz Leonardo Valente Barreiros.
O magistrado apontou que a acusação contra o casal em relação ao salão de beleza "não prospera porque não ficou comprovado que os valores em espécie depositados na conta de Cynthia eram oriundos de atividades ilícitas praticadas por Marcola".
Além disso, segundo ele, "a conduta de ocultar bens também não pode ser aplicada porque os acusados registraram em seus próprios nomes contratos de compra e venda do imóvel onde residem Cynthia, os pais e a irmã dela".
Em nota enviada ao colunista, o advogado de Marcola, Bruno Ferullo, citou a decisão como acertada, pois a "acusação não trouxe o mínimo de elemento para estabelecer liame ou nexo casual entre o crime antecedente e suposta lavagem de dinheiro".