Justiça mantém prisão de pai e filha que agrediram médica em hospital no Rio de Janeiro

Uma idosa de 82 anos que estava na sala vermelha e aguardava atendimento morreu durante os ataques

A Justiça do Rio de Janeiro manteve, na tarde desta terça-feira (18), a prisão de André Luiz do Nascimento Soares, de 46 anos, e sua filha, Samara Kiffini do Nascimento Soares, de 23. Os dois foram presos em flagrante no último domingo (16) por agredirem uma médica e pela morte de uma idosa que aguardava atendimento na sala vermelha da unidade hospitalar. A dupla passou por audiência de custódia.

As informações são do g1. A médica, Sandra Lúcia, era a única médica no plantão da madrugada de sábado (15), no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles (HMFST), em Irajá. A profissional de saúde utilizou as redes sociais para relatar que cuidava de 60 pacientes durante o expediente. 

A paciente de 82 anos, Arlene Marques da Silva, estava hospitalizada em estado grave e morreu enquanto aguardava atendimento. Familiares da vítima acreditam que ela teria sofrido um susto ao ver o homem entrando em salas e ameaçando pacientes.

Entenda o caso

Sandra Lúcia foi agredida por pai e filha que chegaram à unidade hospitalar procurando atendimento para um corte em um dedo da mão esquerda. 

O delegado responsável pelo caso Geovan Omena informou ter ficado surpreso com a agressividade da dupla. "Quando tem um caso de vida ou morte, a gente até entende a pessoa ficar desesperada pelo atendimento. Nada justifica a agressão. No caso ele tinha um corte no dedo. Um band-aid resolvia o caso dele a noite toda", disse. 

Ainda conforme a Polícia, a médica estava em atendimento quando escutou a confusão e foi ver o que estava ocorrendo, a partir daí, as agressões começaram.

André Luiz só parou as agressões após a chegada da Polícia. "Quando Samara, filha do André, tomou conhecimento que iria permanecer presa, ela virou para a média e disse: 'você toma cuidado que você está marcada, quando eu sair, vou lá e te matar de porrada'. Os dois não possuem passagem pela polícia, mas nada justifica as agressões que fizeram", completou Omena.

Quando a situação se acalmou, os policiais voltaram  ao hospital e verificaram a sala grave.

"Ao retornarem à Sala Vermelha, encontraram uma paciente que estava mais grave. Ela estava sendo monitorada o tempo todo pela equipe medica, e foi encontrada já em óbito por conta dessa ausência de atendimento e acompanhamento médico", contou o delegado.

O que diz a defesa de André Luiz e Samara Kiffini

Com informações do advogado do pai e da filha presos, Cláudio Rodrigues, não se sabe a origem da confusão generalizada no hospital.

O jurista ainda argumentou que Samara está machucada, com hematomas pelo corpo, e que a unidade de saúde ofereceria um atendimento precário, com apenas uma médica e poucas enfermeiras.

"Inicialmente a defesa entende, com a máxima vênia, que acusar os réus de homicídio de um paciente que já estava internado naquela unidade, possivelmente com um quadro clínico ruim, é forçoso demais. Réus esses que também estavam naquela unidade desesperados por um atendimento que não alcança", afirmou o advogado.