A juíza Priscilla Macuco Ferreira, da Justiça do Rio de Janeiro, decidiu manter a prisão de Cauane Malaquias da Costa pelo rapto do bebê Ravi Cunha. Na decisão, a magistrada destacou que a suspeita demonstra "extrema ousadia e periculosidade".
Cauane, de 19 anos, foi presa em flagrante na quarta-feira (1º) por sequestrar o recém-nascido dentro da Maternidade Municipal Maria Amélia Buarque de Hollanda, no Centro do Rio de Janeiro. O menino nasceu na terça-feira, 31 de outubro, e foi roubado na enfermaria após a mãe e a avó cochilarem. Outros quatro recém-nascidos e suas mães também dormiam no local.
A prisão em flagrante foi convertida para preventiva durante audiência de custódia na sexta-feira (3). Na decisão consta que a liberdade provisória de Cauane poderia prejudicar as investigações e depoimentos das testemunhas. A juíza também aponta que a custodiada se aproveitou da fragilidade da mãe no puerpério. As informações são do g1.
"A gravidez e o puerpério são momentos em que a mulher encontra-se mais vulnerável. E, no caso concreto, a fragilidade da vítima era maior ainda, na medida em que ainda estava internada, aguardando alta após o parto", reforça a decisão.
O SEQUESTRO
Ravi Cunha estava no 3º andar da maternidade com a mãe, Nívea Maria, de 27 anos, e a avó paterna, Patrícia Figueira, quando foi sequestrado. O crime ocorreu após a mãe e a avó do bebê cochilarem, na madrugada da quarta-feira (1º).
Câmeras de segurança da maternidade filmaram Cauane Malaquias da Costa andando pelos corredores do local, levando consigo bolsas e uma sacola, por volta das 2h.
Após uma denúncia anônima feita por um vizinho de Cauane, o bebê foi encontrado às 8h15 por policiais do Comando de Polícia Pacificadora no Morro do Borel, a 10 km da maternidade.
Os agentes flagraram Cauane com Ravi no colo, e ela afirmou ser mãe do menino, mas foi presa pelo crime de subtração de incapaz com colocação de lar substituto, com pena de até 6 anos. Ela foi levada para o presídio feminino de Benfica.
Por volta das 9h, Ravi já estava com os pais, Nívea Maria e Matheus Maranhão. O recém-nascido e a mãe tiveram alta médica no dia seguinte ao ocorrido, quinta-feira (2).
A INVESTIGAÇÃO
Cauane esteve na maternidade na terça-feira (31) para ver uma amiga, Raiane, que tinha dado à luz. De acordo com o delegado Mário Andrade, titular da 4ª DP (Praça da República), ela afirmou que realmente visitou a colega, mas em seguida teria ficado andando pelo corredor do hospital. "Por volta das 15h, ela passou pela enfermaria, viu o Ravi e se interessou por essa criança”, relatou.
Ela foi embora do hospital e guardou o adesivo de identificação que recebeu para visitar a amiga. Por volta das 19h, Cauane saiu de casa com três bolsas, colou o adesivo novamente e entrou no hospital. Inicialmente, funcionários acreditavam que ela teria entrado por uma varanda.
“Pelas imagens, tivemos contato com uma mulher carregando uma sacola e que teria dito para pacientes que estava acompanhando a paciente do quarto 307. Só que o 307 estava vazio, não tinha ninguém naquele quarto”, disse o delegado.
A investigação aponta que ela esperou por cerca de 5 horas até ter a oportunidade de pegar o bebê. Cauane teria dito a familiares e ao namorado que estava grávida, e o delegado considera que ela premeditou o crime.
“Perguntada por qual motivo fez isso, ela se calou. Tenho para mim que seria para criá-lo como filho, uma vez que ela tinha um namorado e inventou para esse namorado que estava grávida. Para ele e para a família toda”, emendou o titular da 4ª DP.