Investigada na CPI, Precisa Medicamentos é alvo de operação da Polícia Federal

Agentes cumprem mandados de busca e apreensão em escritórios e centro de distribuição da empresa em São Paulo

A sede da Precisa Medicamentos, citada na CPI da Covid por supostas irregularidades na intermediação de vacinas, é alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (17), em São Paulo. 

A empresa é investigada no Senado por suspeita de irregularidades no contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões doses da vacina indiana Covaxin entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica Bharat Biotech.

Os mandados foram solicitados pela própria CPI da Covid, e autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. As buscas ocorrem em Barueri em Itapevi, onde a empresa tem escritórios e centros de distribuição de produtos.

Em publicação nas redes sociais, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, disse que a comissão "tentou de todas as formas obter essas informações e não logrou êxito", escreveu. "Fez-se necessário, para prosseguimento das apurações, a utilização deste instrumento judicial".

Suspensão

No último mês de junho, o Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de crime na compra das 20 milhões de doses de Covaxin feita pelo Ministério da Saúde.  O órgão solicitou que o caso seja investigado na esfera criminal, já que o caso tramitava em esfera cível.

Um dos elementos usados no inquérito foi o depoimento revelado pelo jornal Folha de S.Paulo de um servidor do Ministério da Saúde que apontou pressão atípica da cúpula da pasta para tentar liberar a importação da Covaxin.

Diante destas polêmicas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, decidiu suspender a negociação do imunizante, cujo contrato havia sido assinado pelo Brasil em fevereiro.  "Não é mais oportuno importar as vacinas neste momento", disse o titular da Saúde.