Diário do Nordeste

Homem resgatado em condições de trabalho escravo comia restos de alimentos para porcos no RJ

A vítima é um homem de 50 anos de idade, que trabalhava em troca de abrigo

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
Homem em ambiente insalubre de trabalho

A Guarda Ambiental de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, identificou, nessa segunda-feira (27), um homem de 50 anos de idade trabalhando em condições análogas à escravidão. O órgão havia sido convocado para verificar uma denúncia de criação irregular de porcos no bairro Carlos Sampaio. Informações são do O Globo.

De acordo com o periódico, o homem trabalhava em troca de abrigo e se alimentava da mesma comida que era servida aos porcos. O proprietário da criação ilegal foi levado à delegacia e preso em flagrante.

"Fomos chamados para verificar uma denúncia de criação ilegal de porcos e encontramos esse senhor deitado num colchonete. Ele explicou que trabalhava cuidando dos porcos e não recebia nada, era apenas em troca do abrigo. Vivia sem banheiro, só um buraco no chão, e sem água. Ele bebia do curso d’água próximo. Ele comia a mesma lavagem que dava aos porcos, as condições eram péssimas", relatou Carlos Januzzi, coordenador operacional da Guarda Ambiental de Nova Iguaçu.

Lavagem dentro de uma panela

Em nota, após ouvir testemunhas, a Polícia Civil explicou que a prisão do proprietário da criação se deu devido ao fato de ele "reduzir alguém à condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho".

O trabalhador libertado, por sua vez, foi transferido para um abrigo da prefeitura de Nova Iguaçu. "É uma coisa que a gente tem que controlar a emoção na hora. Encontrar um ser humano sendo tratado dessa forma é bem complicado", declarou Januzzi.

Multas

Além de constatar trabalho análogo à escravidão no local, a Guarda Ambiental interditou o local onde os porcos eram criados clandestinamente devido às infrações de poluição do solo, contaminação de rio e maus tratos a animais. Há, também, indícios de abate ilegal.

As multas podem chegar a R$ 30 mil.