A dúvida dos brasileiros sobre a retomada do horário de verão deve ter fim nesta terça-feira (14). O mecanismo teve fim em 2019, ainda durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que justificou, na época, que não era mais necessária a política. Agora, no governo Lula, o retorno da medida é uma recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para dar uma folga no fornecimento de energia.
“O resumo da ópera é que se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão”, afirmou o ministro Alexandre Silveira na última sexta-feira (11), em Roma, após participar como palestrante do último painel II Fórum Internacional Esfera.
O ministro declarou ainda como está sendo analisada a volta do horário de verão. “Eu sempre disse que só faremos este ano se for imprescindível. Se não, vamos esperar o período hídrico, que começa agora em dezembro, e avaliar para o ano que vem”. Desde 2019 o horário de verão não é adotado no Brasil.
Calor e seca são fatores determinantes
Em entrevista ao jornal O Globo, Silveira chegou a defender que a mudança poderia ajudar o sistema em um "momento realmente crítico" na geração causado pela seca, que se soma ao calor e o aumento do consumo nos horários de pico — que hoje ocorrem no meio da tarde.
O início da época de chuvas em outubro, além da pressão do setor aéreo e de parte da indústria, esfriaram as discussões sobre a volta do horário de verão, no Ministério de Minas e Energia.
A importância maior do horário de verão, e tem muita importância, é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Até 15 de dezembro tem uma importância vigorosa, não que ele não tenha depois, mas vai diminuindo a curva da importância
Como forma de compensação, a pasta de Alexandre Silveira pediu estudos ao ONS sobre alternativas para compensar o que seria a economia causada pelo horário diferenciado, estimado em R$ 400 milhões.
Entre as alternativas avaliadas estão buscar termelétricas mais baratas e ampliar o uso de linhas de transmissão de Itaipu.