Gestante deficiente visual se emociona ao sentir rosto da filha através de impressão 3D de ultrassom

A mãe, influencer na internet, compartilhou o momento em que recebe o formato do rostinho de Sofia

A impressão do rosto do bebê em 3D revolucionou a experiência das gestantes e de familiares com deficiência visual. Foi assim que Mellina Reis, de 40 anos, que é cega e está grávida pela primeira vez, conseguiu sentir o rosto de sua filha, Sofia. Um ultrassom em 3D feito com 26 semanas de gestação, no dia 8 de novembro deste ano, foi replicado digitalmente e, assim, ela teve a oportunidade de sentir o rosto da bebê.

"Para a minha mãe e o meu marido, que estão participando ali do ultrassom, eles estão vendo. Eu sei o que eles vão me descrevendo, mas nossa forma de ver (quando a pessoa é cega) é tocando", afirmou Mellina, emocionada, ao compartilhar vídeo pelo Instagram, em 5 de dezembro, em que toca e sente como será o rosto da filha.

Por meio das redes sociais, a turismóloga é conhecida pelo perfil "4 Patas pelo Mundo". Ela descreve as aventuras ao lado do seu cão-guia chamado Hilary, além de abordar temas como acessibilidade. Agora, com a gravidez, também tem compartilhado suas experiências como futura mamãe e deficiente visual.

"Poder tocar e criar através do toque, o rosto da minha filha, é muito importante. Conseguir sentir como é o rostinho da minha filha ainda dentro do meu útero. Foi algo muito emocionante. O projeto me proporcionou ter essa experiência incrível", afirmou Mellina após receber do marido, o administrador Renato Durval, a impressão em 3D do rosto da menina, cujo nascimento está previsto para fevereiro de 2024.

O post da mamãe orgulhosa recebeu uma enxurrada de comentários de seguidores emocionados. "Que bom que tem pessoas que pensam na inclusão e proporcionam momentos lindos e tão especiais. Parabéns!", disse uma pessoa. "Eu chorei junto! Lindo, lindo projeto! Parabéns pela iniciativa! Este rostinho impresso é tão lindo que até os pais que podem ver o ultrassom vão querer para decorar o quarto do bebê! E o principal: a Sofia é linda!", escreveu outro seguidor.

PROJETO

Um dos idealizadores do projeto é o ginecologista e obstetra Heron Werner, especialista em medicina fetal do Alta Diagnósticos, marca pertencente à Dasa, rede de saúde integrada do Brasil. Segundo ele, em entrevista ao site da Época Negócios em 13 de dezembro, a ideia surgiu de uma parceria estabelecida entre a Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI/Dasa) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A impressão para deficientes, por meio do Projeto Feto 3D, começou em 2011.

"Fazemos pesquisas na área de obtenção de imagens de formas não-invasivas em exames médicos, visando a replicação tridimensional em meio físico por meio das impressoras 3D. Nesse processo, começamos a estudar a aplicabilidade da impressão 3D à medicina fetal com o objetivo de conectar deficientes visuais com os seus bebês antes mesmo de nascerem", contou Werner.