Ex-namorado de serial killer de Curitiba revela que ainda mantém contato: 'ainda gosto dele'

Soroka tinha uma namorada na época, mas começou a se relacionar com o parceiro, que o ajudava financeiramente

Tema do Linha Direta na TV Globo na noite dessa quinta-feira (1º), o serial killer de Curitiba que matou três homens gays, José Tiago Correia Soroka, tinha um ex-namorado que ainda não havia sido mencionado por ele, que se dizia heterossexual. Sem se identificar, o homem deu entrevista a Pedro Bial e contou que se relacionou por quatro anos com o assassino e atualmente manda cartas para ele na prisão. 

"Eu ainda gosto dele. Eu acho que coloquei ele como um... É bem doida a situação, mas é como se fosse um filho. E como se eu tivesse um cuidado com ele, como se fosse minha responsabilidade ter que cuidar dele. Eu acho que talvez eu ainda o ame, sim. Pode estar lá quietinho no cantinho, porque eu acabei matando isso, né? Acabei tendo que matar isso, porque eu não ia viver mais isso, não tinha como. Mas eu gosto dele ainda", relatou.

No programa ele contou como a relação começou: "[...] entrei num bate-papo, daí ele me falou primeiro. Falou oi. E aí começamos a conversar, daí nisso ele pediu meu WhatsApp, me interessei por ele na hora, de imediato, assim. Aí eu falei para ele: Vem na minha casa', e a gente ficou junto, foi ótimo", começou o relato. Todo final de semana ele vinha. Você marcava e ele estava lã. Isso foi sagrado, ele nunca faltou a um encontro".

Soroka tinha uma namorada na época, mas começou a se relacionar com o parceiro, que o ajudava financeiramente, pois, segundo ele, tinha um filho e muitas despesas. O serial killer chegou a pegar quase R$ 100 mil. "Como eu gostava, eu fazia. Eu fiz por amor a ele. Por carinho por ele, não me arrependo nem um pouco", contou o ex-namorado de José Tiago. 

Ex-namorado quase foi vítima 

Em 2019, o ex quase foi a primeira vítima do assassino de Curitiba. Eles se desentenderam por questões financeiras. Tiago deu um mata-leão no companheiro. 

'O que está acontecendo, o que você quer?' E ele apertou bem o meu pescoço, a minha voz não saía. Ele falou que queria dinheiro, os cartões de crédito e os cartões do banco. Ele entrou no computador também para fazer compras, e aí pediu a foto lá e ele queria tirar foto de mim naquela situação e queria que eu sorrisse. E eu falei 'Como é que eu vou sorrir numa situação dessas?
Ex-namorado de serial killer
Vítima

As agressões continuaram, a vítima levou dois socos e ficou amarrada por algumas horas. Eventualmente, ele foi embora e desamarrou o homem, pedindo para que ele não chamasse a polícia.

Cerca de dois anos após as agressões, ele se surpreendeu quando viu o rosto de José Tiago no noticiário: "Foi um choque. Não poderia ser ele, não era a mesma pessoa. Aquele rosto angelical, doce, que ele tinha, aquela voz...". 

Caso do serial killer de Curitiba

Há dois anos, entre abril e maio de 2021, três assassinatos com características em comum chamaram a atenção da polícia. Homens gays eram o principal alvo de Soroka. De acordo com o portal g1, as investigações apontam que o suspeito usava aplicativos de encontros para ir até a casa das vítimas. Seu 'modus operandi' era estrangular os homens e sair do local levando pertences deles.

Conforme apuração da polícia, os crimes foram motivados por ódio. O suspeito planejava fazer uma vítima por semana.

Baseado no depoimento de Soroka, as autoridades policiais calculam que deve haver entre 10 e 20 pessoas vítimas de roubos do suspeito.

Como disfarce, o serial killer morava em pensões e usava nomes falsos para se hospedar. Ainda conforme a polícia, o suspeito disse que usava o dinheiro da venda dos pertences das vítimas para comprar drogas, e que buscava mudar de local na tentativa de fugir da polícia.

Condenação de Soroka

Soroka está preso desde 29 de maio de 2021. Ele chegou a confessar três crimes, mas a polícia ainda investiga se ele cometeu outros assassinatos.

O serial killer foi preso a partir da denúncia de uma vítima que sobreviveu. O depoimento do rapaz foi crucial para as investigações.

Soroka também foi condenado ao pagamento de 229 dias-multa, aproximadamente R$ 9,2 mil. Ele permanece preso preventivamente e não poderá recorrer em liberdade.

Em depoimento à polícia, o suspeito confessou ter cometido outros crimes, como roubos, anteriores aos assassinatos investigados, mas negou que tenha cometido outros homicídios.