Uma criança do povo indígena Yanomami morreu neste sábado (25) com sinais de pneumonia e desnutrição grave. A morte foi confirmada pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami (Condisi-YY) à Rede Amazônica.
A criança estava internada em Surucucu e seria encaminhada para Boa Vista (RR), onde receberia atendimento. Não foi divulgada a idade dela.
O corpo da criança, da comunidade Ketaa, retornou para Surucucu para que seja realizado o ritual fúnebre tradicional do povo Yanomami.
A região de Surucucu tem o principal ponto para atendimento de saúde no território indígena. A enfermaria consiste em uma barracão de madeira de chão batido, com estrutura precária, conforme o portal g1.
Em 5 de fevereiro, um bebê Yanomami morreu na unidade com sintomas de desnutrição grave.
Na quarta-feira (22), quatro indígenas, três mulheres e um adolescente, morreram em Boa Vista. As vítimas tiveram complicações por malária e desnutrição.
Crise humanitária
O povo Yanomami vive uma grave crise humanitária em decorrência do avanço do garimpo ilegal. Estima-se que 20 mil tenham invadido o territírio. Nos últimos quatro anos, pelo menos 570 crianças morreram por contaminação por mercúrio desnutrição e fome, segundo a Polícia Federal.
O Governo Federal decretou emergência de saúde pública em 20 de janeiro para atender os indígenas. Segundo o Ministério da Saúde, 78% das crianças acompanhadas evoluíram do quadro grave de desnutrição para moderado.
Maior território indígena do país, a região é habitada por cerca de 30 mil Yanomamis em 376 comunidades. Entre as doenças mais diagnosticadas na população, estão desnutrição, pneumonia, diarreia aguda, malária e tuberculose.