Condenados pelo incêndio na Boate Kiss são presos no Rio Grande do Sul

O vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o sócio da casa noturna, Elissandro Spohr, já se entregaram à polícia

Dois dos quatro condenados por homicídio com dolo eventual no julgamento do incêndio da Boate Kiss, que matou 242 pessoas em Santa Maria há quase nove anos, começaram a cumprir as penas nessa terça-feira (14), quatro dias após a decisão do Tribunal do Júri.

A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informou que Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira, se apresentou espontaneamente no presídio de São Vicente do Sul.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) comunicou que o dono da Kiss, Elissandro Spohr, esteve no cartório do 2° Juizado da 1ª Vara do Júri, em Porto Alegre.

Prisões pendentes

Ainda segundo o órgão, Mauro Hoffman, outro sócio da casa noturna, deve se apresentar à polícia na manhã desta quarta-feira (15), em Tijucas, município de Santa Catarina. 

Já assistente de palco da banda, Luciano Bonilha Leão, deverá cumprir pena em São Vicente do Sul, conforme o advogado Gustavo Nagelstein. O condenado adiantou nas redes sociais que pretende se entregar, mas não disse quando. "Eu não sou esse bandido, esse assassino que estão tentando impor".

Elissandro, que mandou acender o artefato pirotécnico e "teve a maior imputação", segundo o juiz, foi condenado a 22 anos e seis meses de reclusão. Mauro pegou 19 anos e seis e meses. Marcelo e Luciano e Luciano, a 18 anos cada. Todos eles foram condenados por homicídio simples com dolo eventual.

Habeas corpus

Os condenados aguardavam a decisão em liberdade até o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, aceitar nessa terça-feira (14) recurso interposto pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) pedindo a suspensão do habeas corpus.

Ao todo, o incêndio na boate Kiss deixou 636 feridos e 242 mortos na noite do dia 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria. A tragédia é a maior com número de vítimas da história do Rio Grande do Sul, e a segunda do Brasil. A maioria dos mortos era jovem, entre 17 e 30 anos, e morador do município universitário gaúcho.