O presidente Lula esteve em Roraima nesse sábado (21) e anunciou uma série de medidas visando combater a crise sanitária do povo indígena Yanomami.
A viagem do líder do Executivo aconteceu um dia depois de o Ministério da Saúde declarar emergência de saúde pública devido à falta de assistência sanitária às populações em território Yanomami, a 270 quilômetros da capital do estado.
Lula defendeu enviar médicos às aldeias e, já na sexta-feira (20), criou um comitê interministerial para adotar medidas de apoio aos indígenas. Esse comitê vai elaborar um plano de ação, que deve ser apresentado em 45 dias. As informações são do g1.
Imagens de indígenas adultos extremamente magros e de crianças visivelmente desnutridas, feitas nessa semana, mostram o tamanho da tragédia sobre os Yanomami.
Entre 2019 e 2022, o Ministério da Saúde registrou a morte de mais de 500 crianças desse povo, vítimas de doenças como desnutrição, pneumonia, diarreia e malária. Os indígenas sofreram ainda com a falta de cuidados contra a Covid-19.
Mas, afinal, como ajudar os Yanomami?
A maneira mais direta de ajudar povos indígenas à distância é fazer doações para campanhas responsáveis. Geralmente, elas são organizadas por associações como o Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), por exemplo.
A Survival – movimento humanitário independente, com pessoas de mais de 100 países – também emplaca projetos com esse objetivo. Eles lideram a campanha internacional pela demarcação do território Yanomami, juntamente com Davi Kopenawa e a ONG brasileira Comissão Pró Yanomami.
No site da iniciativa, a orientação para quem deseja ajudar é que envie um email para o governo e exija a interrupção do garimpo ilegal e da destruição do território dos Yanomami. Há ainda o uso de um kit "para fazer barulho e pressionar por mudanças".
O site da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também disponibiliza canais de atendimento ao público. Nessa seção, é possível contatar o órgão para saber como ajudar de forma mais efetiva, a exemplo do envio de cestas básicas ou algo do gênero.
Abertura de inquérito
O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou a abertura de um inquérito para investigar se foi praticado o crime de genocídio, além de crimes ambientais na maior reserva indígena do país, onde os Yanomami chegam a 30 mil.
Segundo associações indígenas, eles dividem espaço com cerca de 20 mil garimpeiros que ocupam as terras ilegalmente.
O garimpo ilegal, de acordo com ambientalistas, agrava a crise sanitária porque destrói a floresta e espanta a caça, além de contaminar os rios. O presidente Lula afirmou que vai combater a atividade.