O corredor em que a filha brincou, os utensílios da cozinha que a adolescente usava e o quarto com a cama separada. A casa segue cheia de lembranças, ausências e saudades após o assassinato da menina Lara Maria Nascimento, de 12 anos. Para os familiares, retomar a rotina se transformou em um desafio diário, segundo o g1.
A jovem foi encontrada morta no dia 19 de março, em Campo Limpo Paulista (SP), depois de sair de casa para comprar refrigerante e desaparecer.
Após 25 dias desde a descoberta do óbito, os pais relatam dificuldades para retornar às atividades do cotidiano e seguir vivendo na casa que foi lar por quase seis anos. Luana Nascimento, mãe de Maria, partilhou o desejo de se mudar.
"Aqui infelizmente virou um lugar de dor. Eu não consigo sair da minha casa, subir, porque foi o último caminho que a minha filha fez. Saiu para ir ali e nunca mais a minha filha vai voltar".
Luana costumava trabalhar com a venda de bolos e doces, assim como decoração de festas. No entanto, depois da morte da filha, não conseguiu retornar ao serviço. As encomendas seguem paradas e, os utensílios usados pela garota na cozinha, intocados.
"Algumas pessoas que tinham dado o sinal, que é 30% antes, eu já fiz a devolução, porque não vou ter condições psicológicas para mexer com algo tão manual. É algo que vai muito a sua energia", compartilhou.
Assim como a esposa, o pai da vítima foi afastado do trabalho devido ao trauma. Pais de outras duas mulheres, o casal tem contado com a ajuda de amigos para sustentar a casa.
Entenda o caso
O Caso Lara chocou os moradores da cidade do interior de São Paulo. A menina desapareceu no dia 16 de março, quando saiu para comprar refrigerante, em um mercadinho distante cerca de 600 metros de casa.
Lara morreu por traumatismo craniano com pelo menos quatro golpes na cabeça, segundo apontou laudo do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo.
Conforme o documento, a menina foi morta com sinais de crueldade e seu corpo foi achado coberto de cal. A arma do crime teria sido um martelo ou uma picareta. Os laudos serão úteis para tentar encontrar o assassino, pois a perícia nas unhas da adolescente aponta vestígios de DNA.
Investigação
A polícia continua as buscas por Wellington Galindo de Queiroz, 42, principal suspeito de matar a menina Lara Maria em Campo Limpo Paulista, no estado de São Paulo. Segundo a Band, a suspeita é que ele esteja na casa de parentes em Pernambuco.
A hipótese de ele ter deixado São Paulo foi corroborada por um áudio em que Wellington pede um pagamento por Pix a uma cliente e comunica a ela que estaria em Pernambuco. A polícia recebeu algumas denúncias sobre o caso, mas não divulga detalhes para não atrapalhar as investigações.
O suspeito tem passagens na polícia por tráfico, crime contra o patrimônio, associação criminosa e receptação. Ele é o homem que aparece nas imagens de uma câmera de segurança dirigindo um carro prata próximo ao último local que Lara foi vista com vida.
A prisão dele foi decretada no dia 25 de março e desde então Wellington segue foragido. Lara foi encontrada morta no dia 19 de março, três dias após seu desaparecimento.