Com o retorno do programa Linha Direta, nesta quinta-feira (4), o "Caso Eloá" voltou à tona. A estreia irá contar o trágico sequestro e assassinato da jovem Eloá Pimentel, em outubro de 2008, pelo ex-namorado Lindemberg Alves, condenado a 98 anos de prisão.
Em junho de 2021, contudo, a Justiça concedeu ao réu cumprimento da pena em regime semiaberto, após ter tido remissão da pena concedida para 39 anos de prisão.
Lindemberg acumulou várias acusações por causa do sequestro com cárcere privado mais longo da história de São Paulo, em que Eloá ficou mantida como refém por mais de 100h. O Tribunal de Justiça o condenou por 98 anos e 10 meses de prisão. Veja abaixo as condenações:
- Homicídio qualificado de Eloá;
- Tentativa de homicídio de Nayara Rodrigues da Silva;
- Tentativa de homicídio do sargento da Polícia Militar Atos Valeriano;
- Sequestro e cárcere privado de Eloá;
- Sequestro e cárcere da amiga da também adolescente Nayara;
- Sequestro e cárcere dos outros dois jovens que ficaram reféns, Victor Lopes de Campos e Iago Vilela de Oliveira;
- Disparo de arma de fogo.
O réu negou ter planejado a morte de Eloá e tentado atirar contra um policial que atuava nas negociações. Lindemberg negou ainda ter mantido amigos da vítima de reféns. "Eu queria aproveitar e pedir desculpas publicamente à dona Tina por tudo que aconteceu", disse o acusado em desculpas a mãe de Eloá.
O julgamento de Lindemberg ocorreu em fevereiro de 2012 e durou quatro dias. Na sentença, a juíza Milena Dias afirmou que o réu agiu com frieza. "O réu agiu com frieza, premeditadamente em razão de orgulho e egoísmo", disse.
Regime semiaberto
A Justiça de São Paulo concedeu regime semiaberto a Lindemberg Alves, no dia 13 de outubro de 2008, em Santo André, na Grande São Paulo. Ele foi condenado a 39 anos de prisão pelo crime e cumpre pena na Penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP), desde o ano que o caso aconteceu.
Na época, o Ministério Público se manifestou contrário a mudança de regime penal. A 16ª Câmara de Direito Criminal de São Paulo já havia negado um pedido anterior da defesa do condenado.
Em regime semiaberto, o condenado tem direito de trabalhar e frequentar cursos profissionalizantes durante o dia e retornar para a unidade prisional para dormir. O regime ainda concede a possibilidade de saídas temporárias para alguns presos que cumpram alguns requisitos.
O caso
Eloá Pimentel, 15, foi rendida pelo ex-namorado no dia 13 de outubro de 2008 e mantida em cárcere privado por mais de cem horas no apartamento em que morava em um conjunto habitacional do Jardim Santo André, em Santo André, na Grande São Paulo.
Na ocasião, a adolescente estava em companhia de três amigos - dois garotos liberados no mesmo dia e de Nayara - também com 15 anos - que, apesar de ter sido libertada 33 horas depois, retornou ao apartamento no dia 16 de outubro.
Polícia invadiu o apartamento
O desfecho do caso ocorreu na noite do dia 17 de outubro quando a polícia invadiu o apartamento, alegando ter ouvido um tiro de dentro do imóvel. A acusação diz que o rapaz atirou contra Eloá e Nayara, causando a morte da ex-namorada e ferindo a amiga dela na boca.
Durante as negociações, Lindemberg também teria atirado contra o sargento da PM Atos Valeriano. Ele foi o primeiro PM a chegar ao local e negociou a rendição de Lindemberg por cerca de 22 horas, até que o Gate assumisse.
Lindemberg e Eloá namoraram por três anos e estavam separados havia um mês quando ocorreu o crime.