O cantor sertanejo João Vittor Malachias, 28, irá a júri popular. Ele é suspeito de matar a ex-namorada, a dentista Bruna Viviane Angleri, 40, em setembro do ano passado. O corpo da vítima foi encontrado carbonizado em Araras, no Interior de São Paulo.
O júri foi comunicado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) no Diário Oficial de Justiça publicado no último 18 de julho. A defesa do cantor ainda pode recorrer, mas a Justiça ordenou que Malachias aguarde o julgamento preso.
O músico é réu por feminicídio triplamente qualificado. Ele está encarcerado desde 8 de outubro do ano passado, após ser capturado tentando fugir na região de Ribeirão Preto.
Corpo da vítima foi encontrado carbonizado
A dentista Bruna Viviane Angleri, 40, foi encontrada morta no dia 27 de setembro do ano passado, em Araras, no Interior de São Paulo. A vítima estava carbonizada em cima de uma cama na casa onde morava.
À época, as autoridades de segurança afirmaram que, quando a Polícia Militar chegou ao local, o quarto ainda estava em chamas. Foi preciso chamar o Corpo de Bombeiros para conter o incêndio.
Medida protetiva
Bruna tinha uma medida protetiva contra João Vitor, que, naquele momento, era seu ex-namorado. Quando ela foi encontrada morta, a Polícia descobriu que o celular do cantor se conectou ao wi-fi da casa da vítima exatamente no momento do assassinato. A mulher foi encontrada carbonizada em cima da própria cama.
Segundo o Metrópoles, os investigadores acreditam que a prova do wi-fi derruba o álibi apresentado no inquérito pela defesa do cantor, que alega que ele passou a madrugada do crime na casa da avó. Ele afirma ser inocente.
A investigação está sob segredo de Justiça.
Crime com 'crueldade'
O Metrópoles teve acesso a exames de imagem feitos no corpo de Bruna que mostram que a vítima também foi baleada no rosto. Os estilhaços de projétil de arma de fogo foram removidos pelo médico legista.
Além disso, de acordo com imagens da cena do crime, apenas o lado da cama em que a dentista foi encontrada estava destruído pelas chamas. Não havia nenhum elemento que indicasse a possibilidade de um curto-circuito ou de um incêndio acidental.
Esses elementos levam a Polícia a crer a vítima foi assassinada "com crueldade", "provavelmente após tortura" e "sem chances de defesa". Os investigadores acreditam ainda que o incêndio foi provocado apenas para acobertar a real causa da morte da dentista.