O documentário "O Fim da Beleza", lançado pela produtora conservadora Brasil Paralelo, seria exibido nesta quinta-feira (3) por alunos na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A exibição provocou críticas nas redes e uma campanha quer impedir a transmissão do documentário no espaço acadêmico.
O documentário trata como, na opinião dos produtores, "o ser humano se afasta das ideias e valores que sustentavam a cultura ocidental" e associado a isso, uma suposta decadência da humanidade. A produtora também já criticou a diversidade presente nas princesas da Disney. Em podcasts produzidos pela Brasil Paralelo, apresentadores criticam as "princesas feias".
O protesto iniciou com o perfil 'Brasil para lerdos', uma sátira à produtora. Segundo o perfil, a empresa tem um "projeto fascista" e quer usar de instituições públicas para promover seu conteúdo.
O discurso da Br Paralelo de liberdade de expressão é lindo na teoria.
— Brasil para lerdos (@brparalerdo) March 3, 2022
Na prática agem assim
1) Tem que passar os filmes deles em todo lugar
2) Se não passa é censura
3) Se assistir e não concordar publicamente, você recebe uma notificação extrajudicial
Quem está censurando?
Nas redes sociais, diversos usuários se mostraram contra ou a favor da proibição do filme na Universidade. Para alguns usuários, a proibição dá ainda mais divulgação ao projeto.
Entrei na Universidade em 1981, nunca saí dela. Pela minha experiência, a melhor maneira de promover um livro, um filme, um autor ou uma ideia é dizer aos estudantes "não pode". Mas se acham eficiente impedir que um documentário seja apresentado na Universidade, boa sorte aí
— Wilson Gomes (@willgomes) March 3, 2022
Na universidade federal pode: pornografia infantil, oficina de masturbação, ataques ao cristianismo e drogas a rodo. Mas querer passar o documentário do Brasil Paralelo, sobre o fim da beleza, é "fascismo" e não pode
— Vinicius Mariano (@viniciussexto) March 3, 2022
Em paralelo, a gravadora utilizou o fato para promover o documentário no Twitter.
Nosso mais novo documentário, #OFimDaBeleza, segue incomodando quem estava acostumado a um discurso único, hegemônico, nas universidades. Bastou confirmarmos a exibição do filme na @UFPR e os censores de Twitter já começaram a se mobilizar, ganhando mesmo destaque na imprensa. pic.twitter.com/wpM7lizRqv
— Brasil Paralelo (@brasil_paralelo) March 3, 2022