A Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou um caso positivo para monkeypox em um filhote de cachorro de 5 meses, no município de Juiz de Fora. Esse foi o primeiro relato de transmissão da doença do ser humano para animais no estado e no Brasil.
O comunicado foi dado na última segunda-feira (22) pela fundação Ezequiel Dias (Funed), que realizou o exame laboratorial de biologia molecular (qPCR). O dono e o animal estão isolados em domicílio e não apresentam piora no quadro de saúde.
Conforme a SES-MG, até o momento, não tinha nenhuma evidência documentada de transmissão da monkeypox do ser humano para animais ou de animais para o ser humano.
No mundo, só existiam dois relatos de transmissão de humano para animal: nos Estados Unidos e na França.
Animal em isolamento
O dono do animal teve os primeiros sintomas da monkeypox no dia 3 de agosto, chegando a procurar atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Juiz de Fora, no dia 8, quando realizou o teste.
Após apresentar resultado positivo, o cão começou a apresentar lesões no dorso e no pescoço no dia 13 deste mês. Devido ao cenário epidemiológico, o veterinário utilizou Equipamento de Proteção Individual (EPI) para coletar o exame do animal.
O animal foi mantido em isolamento e o paciente seguiu as medidas sanitárias recomendadas pelos órgãos de saúde.
O dono passou a utilizar luvas, máscaras, blusa de manga comprida e calça de proteção para a pele durante os momentos em que precisava alimentar o animal e higienizar a residência.
Cuidados com os animais
Para evitar a transmissão da monkeypox dos humanos para animais, a SES-MG e o Ministério da Saúde recomendam que:
- Todos os resíduos, incluindo resíduos médicos, sejam descartados de maneira segura e que não sejam acessíveis a roedores e outros animais;
- As pessoas com suspeita ou confirmação de infecção pelo vírus Monkeypox devem evitar o contato direto próximo com animais, incluindo animais domésticos (como gatos, cães, hamsters, furões etc.), gado e outros animais em cativeiro, bem como animais selvagens;
- As boas práticas de interação com a vida selvagem, conforme descrito acima, podem reduzir o risco de eventos futuros de transmissão de animais para humanos
Além disso, a SES-MG ainda reforçou que o comércio não regulamentado de animais selvagens pode contribuir para a disseminação internacional de doenças.