Brasil registra primeiras mortes por febre oropouche no mundo, confirma Ministério da Saúde

Até o momento, não havia nenhuma notificação de óbitos similares na literatura científica mundial

As duas primeiras mortes por febre oropouche foram confirmadas pelo Ministério da Saúde, nesta quinta-feira (25). Os casos estavam sob investigação em pacientes do Interior da Bahia. As vítimas eram mulheres com menos de 30 anos e sem comorbidades. Essas foram as primeiras ocorrências de óbitos registrados no mundo pela doença, já que não havia nenhuma notificação de casos similares na literatura científica mundial.

Conforme investigação realizada pela Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), as duas vítimas sinais e sintomas semelhantes aos de dengue grave. O Ministério da Saúde detalhou que segue em curso outra investigação de óbito em Santa Catarina.

No entanto, já foi descartada a relação causal por febre do oropouche de um óbito ocorrido no Maranhão. Até o momento, os casos estão concentrados na região Norte, principalmente no Amazonas e Rondônia.

Em 2024, foram anotadas 7.236 ocorrências desse tipo de febre, espalhadas em 20 estados. O ministério está disponibilizando testes diagnósticos para toda a rede nacional de Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen)

FEBRE OROPOUCHE

Provocada pelo arbovírus — microrganismo transmitido por mosquito — Orthobunyavirus oropoucheense, a doença é responsável por casos isolados e surtos no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica, desde que foi descoberta, em 1960, a partir da amostra de sangue de uma bicho-preguiça, capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília.

A transmissão da doença é feita principalmente por mosquitos, em especial o Culicoides paraenses. Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do inseto por alguns dias. Quando ele pica outro indivíduo saudável, pode transmitir a arbovirose para ele.