O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o lote com as 4 milhões de doses da vacina AstraZeneca/Oxford enviadas pelo consórcio Covax Facility chegam ainda neste fim de semana ao Brasil. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (30), durante coletiva de imprensa, em Brasília.
A previsão é que 220 mil doses cheguem no sábado (1º/5). O restante (3,8 milhões) desembarca no domingo (2/5), segundo a pasta. Além do ministro, participaram técnicos do Ministério da Saúde, a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Socorro Gross e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.
A estimativa de entrega da remessa em maio já havia sido anunciada pela pasta, mas a data ainda não tinha sido confirmada.
As doses fazem parte do acordo firmado pelo Brasil junto ao consórcio vinculado à Organização Mundial de Saúde (OMS), o qual vinha sendo alvo de atrasos nas entregas nos últimos meses.
O volume total do acordo na Covax Facility prevê 42,5 milhões de doses até o fim deste ano. Deste total, todavia, só 1 milhão havia sido entregue até o momento.
Inicialmente, a previsão era que o Brasil recebesse 9,1 milhão de doses da Covax até maio, mas o total foi revisto. Segundo o consórcio, problemas técnicos junto a fornecedores atrasaram a entrega.
Ampliação do estoque
Segundo Queiroga, somadas as remessas recentes de outros laboratórios e acordos, o país deve atingir o número de 17 milhões de doses recebidas desde a última quarta-feira (28).
Desse total, 1 milhão é de doses da Pfizer, 11,6 milhões da Fiocruz (com doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, sendo parte já entregue e parte a ser distribuída a partir de sábado), 420 mil do Instituto Butantan (Coronavac) e 4 milhões da Covax Facility (com doses de Oxford).
Cenário ainda é de escassez de imunizantes
O baixo volume de doses da CoronaVac, no entanto, tem gerado preocupação em municípios devido ao risco de atraso na aplicação da segunda dose dessa vacina, que tem intervalo de 28 dias entre a primeira aplicação e o reforço.
Segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo, cidades de ao menos dez estados suspenderam essa segunda aplicação por falta de doses.
No Ceará, a escassez da CoronaVac impediu que idosos tomassem a segunda dose do imunizante devido à falta de repasse por parte do Governo Federal. Representantes do ministério têm dito que a previsão é que a situação seja regularizada ainda em maio.
Em pronunciamento, Queiroga disse ainda que a Conitec, comissão responsável por avaliar a incorporação de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS), deve analisar em maio a possibilidade de incluir a oferta do medicamento REGN-COV2 para pacientes com quadro inicial da doença.
Anvisa aprovou remédios
O tratamento com os medicamentos foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última semana. "Vamos fazer a análise e verificar a qualidade da evidência, custo-efetividade e impacto orçamentário", aponta o ministro.
Queiroga disse ainda que a pasta já finalizou dois novos protocolos para serem usados no contexto da Covid. Um deles diz respeito ao uso racional de oxigênio, para instrução a profissionais de saúde sobre o uso desse recurso, e outro sobre procedimentos de intubação de pacientes graves.
Atualmente, o ministério negocia junto à Opas a compra de 7 milhões de medicamentos usados na intubação. Ainda não há previsão de entrega, e a aquisição ainda precisa ser confirmada.
Segundo Carlos Carvalho, professor da USP que tem coordenado a elaboração dos protocolos, a pasta também deve lançar em maio um serviço de teleatendimento em Unidades de Terapia Intesiva (UTIs), o qual deve ser voltado sobretudo ao treinamento e capacitação de profissionais que atuam nestes locais.