Bolsonaro pede que apoiadores liberem as rodovias e estradas do Brasil; veja vídeo

"Desobstruam as rodovias", apelou o chefe do Executivo

O presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu aos manifestantes, na noite desta quarta-feira (2), a liberação dos bloqueios ilegais nas rodovias e nas estradas brasileiras. Os apoiadores do chefe do Executivo realizam atos antidemocráticos desde a segunda-feira (31), após o resultado do 2º turno das eleições. 

Em vídeo publicado no Instagram, Bolsonaro afirma estar "tão chateado e tão triste" quanto seus apoiadores, mas ser necessário ter "a cabeça no lugar".

O presidente acrescentou que "os protestos fazem parte do jogo democrático", mas ponderou sobre o bloqueio das vias. 

"Mas tem algo que não é legal: o fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na nossa Constituição e sempre estivemos dentro das quatro linhas", afirmou
Contudo, falou que os atos podem continuam fora das estradas.

"Quero fazer um apelo a você: desobstrua as rodovias. Isso aí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas. Não vamos perder nós, aqui, essa nossa legitimidade. Outras manifestações vocês estão fazendo pelo Brasil todo, em praças. Faz parte, repito, do jogo democrático. Fiquem à vontade", disse.

Depois, Bolsonaro pede que "não pensem mal" dele, afirmando "querer o bem" da população.

"Ao longo desse tempo todo, à frente da Presidência, colaborei para ressurgir o sentimento patriótico, o amor à pátria, as nossas cores verde e amarelo, defesa da família, defesa da liberdade. Não vamos jogar isso fora. Vamos fazer o que tem que ser feito. Estou com vocês", completou. 

Após a derrota nas urnas, Bolsonaro demorou quase 48 horas para se pronunciar sobre o resultado. O silêncio do presidente inflou o movimento de apoiadores inconformados com a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Grupos antidemocráticos, então, passaram a bloquear as estradas para se manifestar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pedir por uma intervenção das Forças Armadas. 

Na noite desta terça-feira, contudo, o chefe do Executivo decidiu se pronunciar sobre o resultado, e o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a fala como reconhecimento da derrota