O menino de 2 anos que ficou desaparecido em Santa Catarina retornará ao estado na próxima segunda-feira (15) e ficará em um abrigo institucional. A mãe da criança foi aliciada e entregou ele para um homem envolvido em tráfico de crianças, segundo a Polícia Civil.
A decisão da transferência foi divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Juízo da Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional do Tatuapé, segundo reportado pela Folha de S. Paulo. Os avós do menino solicitaram guarda provisória da criança, mas ainda não há decisão sobre o pedido.
A decisão inclui a transferência do processo para a comarca de São José, onde ele foi entregue. O processo segue em segredo de Justiça.
O menino foi visto pela última vez pelos familiares em 30 de abril. Os parentes notificaram o desaparecimento em 5 de maio e o caso gerou repercussão nacional.
Tráfico de crianças
A criança foi encontrada na zona leste de São Paulo, na noite de segunda-feira (8), dentro de um carro. A polícia estava monitorando o veículo, que foi visto na mesma região de São José onde ele desapareceu.
Roberta Porfírio e Marcelo Valverde estavam no veículo e foram presos em flagrante. Questionada pela Polícia, a mulher apresentou um documento e disse que era a Certidão de Nascimento da criança. Ela também falou que a mãe do bebê o teria doado e que os dois estariam indo ao Fórum regularizar a situação.
Marcelo é apontado como intermediador na entrega da criança a Roberta, que tinha a intenção de ficar com o garoto.
Investigação sobre quadrilha
A Polícia Civil de Santa Catarina também busca entender se outras crianças foram vítimas do suposto esquema de tráfico humano. A quebra de sigilo bancário dos suspeitos presos já foi solicitada para que os investigadores apurem se houve transferência de valor entre eles.
"Sabemos que no sul do País acontecem esses desaparecimentos e acontecem essas redes de tráfico. Nossa intenção é descobrir se, de fato mesmo, é uma quadrilha, se Marcelo tem outras situações envolvendo ele nesses aliciamentos, nessas buscas de crianças, ou se isso é fato isolado", afirmou a delegada da DPCami.