Argentina que imitou macaco em roda de samba no Rio é professora de música; veja o que se sabe

O homem que aparece com ela ainda não foi identificado

A mulher filmada imitando macaco durante uma roda de samba, na região central do Rio de Janeiro, na última sexta-feira (19), foi identificada como Carolina de Palma, segundo informações do Metrópoles. Ela é argentina. O homem que aparece com Carolina ainda não foi identificado.

O caso veio à tona após a cena ter sido registrada pela jornalista Jackeline Oliveira, que expôs a situação nas redes sociais e fez uma denúncia na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que segue com a investigação. 

Segundo Jackeline, Carolina de Palma é professora de música e natural de Buenos Aires. Ela estava no Rio para participar do Fórum Latino-americano de Educação Musical. Já o homem que a acompanhava reside na capital carioca, mas até o momento não foi identificado. 

No registro feito por Jackeline, é possível observar o momento em que o casal começa a imitar gestos feitos por macacos, pulando e fazendo barulhos como os dos animais. A mulher, inclusive, chega a fingir catar algo na cabeça do homem, hábito comum entre os primatas.

Fórum repudia ato

O Fórum Latino-americano de Educação Musical (Fladem) repudiou o ato, afirmando que os envolvidos não estavam associados ao evento.

"Desde o último domingo estamos colaborando com os dados para a apuração [...] como já foi aberto um processo de investigação, estamos à disposição das autoridades competentes. Por fim, reforçamos, mais uma vez, nosso compromisso e responsabilidade com a luta antirracista", diz nota assinada pela Junta Diretiva do Fladem Brasil.

Em outra nota, a entidade afirmou que o vídeo foi feito "quando todo o Seminário havia terminado e não teve a ver com nenhuma das atividades acadêmicas, pedagógicas ou culturais que foram desenvolvidas durante nosso evento".

A seção argentina do Fórum também divulgou nota de repúdio. "Este fato deplorável, apesar da gravidade, não consegue manchar o magnífico trabalho feito pela seção brasileira do Fórum, que ficou evidente em um encontro de alta qualidade pedagógica e musical", escreveu, nas redes sociais.

VEJA VÍDEO

Em nota, os organizadores da roda de samba Pede Teresa, onde o vídeo foi gravado, repudiaram a atitude do casal, reforçando o compromisso do evento com a luta antirracista.

“Uma cena dessa é absolutamente inaceitável no Pede Teresa. O samba é lugar de gente preta, feito por gente preta. [...] Não fazemos questão deste tipo de presença em nosso samba e, se virmos este comportamento inaceitável, serão expulsos. Pessoas pretas que se sentirem de alguma maneira incomodadas em nosso samba devem procurar nossa produção", escreveu a equipe.