Anvisa cancela recolhimento do medicamento Losartana; entenda

A ação é motivada pelo recebimento, em 7 de julho deste ano, de novos dados científicos referentes à impureza “azido”

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revogou o recolhimento, a interdição e a proibição da comercialização de lotes de medicamentos contendo o princípio ativo losartana. A medida será publicada no Diário Oficial da União (DOU), desta quarta-feira (13).

A ação é motivada pelo recebimento, em 7 de julho deste ano, de novos dados científicos referentes à impureza “azido”, detectada no princípio ativo losartana.

Os documentos contendo os dados científicos foram solicitados pela Anvisa de forma proativa e recebidos no âmbito do acordo de confidencialidade firmado com a European Medicines Agency (EMA), após divulgação pelo Coordination Group for Mutual Recognition and Decentralised Procedures – Human (CMDh), órgão vinculado à EMA, de novas informações sobre a impureza “azido” em losartana.

Todo o processo de recolhimento de qualquer produto ou substância é feito pelos órgãos com foco na segurança dos pacientes. Por isso, após a publicação de uma medida preventiva, a Anvisa continua buscando informações e mantém uma avaliação constante da situação.

Segurança do medicamento Losartana

As evidências demonstraram, a partir de novos testes realizados, que a impureza "azido" não possui a toxicidade inicialmente identificada. Assim, com os novos dados apresentados, os limites de segurança foram recalculados, indicando que os lotes do medicamento que foram recolhidos ou interditados não ultrapassam os limites de segurança.

A impureza “azido” é uma substância que pode surgir durante o processo de fabricação do insumo farmacêutico ativo losartana. Inicialmente, essa impureza foi considerada como de potencial mutagênico, ou seja, como possível causadora de alterações capazes de provocar danos às células humanas. Diante de estudos adicionais realizados, a impureza foi reclassificada para "não mutagênica".

Dessa forma, considerando os resultados de estudos científicos mais recentes, ficou demonstrado que os produtos objeto das determinações de interdição, recolhimento e proibição estão aptos a serem mantidos no mercado. Assim, a decisão adequada foi revogar tais determinações.