Tábua 'mais antiga do mundo', gravada com os Dez Mandamentos, é leiloada por R$ 30,8 milhões

Item foi descoberto em 1913, durante escavações em Israel

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Tábua 'mais antiga do mundo' gravada com os Dez Mandamentos é leiloada por R$ 30,8 milhões, nos EUA
Legenda: Objeto pode ser datado entre 300 e 800 d.C
Foto: TIMOTHY A. CLARY/AFP

Uma tábua de mármore foi leiloada nos Estados Unidos por US$ 5 milhões - cerca de R$ 30,8 milhões. O motivo por trás do lance milionário é porque, supostamente, o objeto conta com a gravação "mais antiga" dos Dez Mandamentos, presente na Bíblia.

Apesar das dúvidas sobre a autenticidade da peça, a aposta foi apresentada pela casa de leilões Sotheby's nesta quarta-feira (18). De acordo com a instituição, a tábua pode datar entre os anos 300 d.C. e 800 d.C., durante o período romano bizantino.

No mesmo dia, o comprador recebeu a pedra, embora não tenha tido a identidade divulgada. O lance final ocorreu após um leilão de vários minutos na sede da empresa. O valor final ficou em US$ 5.004.000, com taxas incluídas.

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Em entrevista à AFP, o especialista em textos judeus da Sotheby's Nova York, Sharon Liberman Mintz, afirmou que a peça foi descoberta em 1913 durante as construções do que hoje é uma ferrovia em Israel. Na época, o achado não foi considerado importante.

"A pessoa que a desenterrou não percebeu sua importância e a levou para casa para usá-la como pavimento. Ela ficou lá por cerca de 30 anos, até que um arqueólogo residente em Israel, o doutor Jacob Kaplan, reconheceu sua importância e a comprou", revela.

Após sair do Oriente Médio, a tábua viajou até o Nova York, onde permanece até hoje. Ela se transformou em uma instalação no Museu da Torá de Brooklyn, antes de ser adquirida por um colecionador privado, seu último proprietário antes da venda.

Especialistas desconfiam da autenticidade

Antes da venda, especialistas em arqueologia e artefatos bíblicos ouvidos pelo The New York Times já pediam cautela com a "tábua dos Dez Mandamentos". Um deles, Brian Daniels, diretor de pesquisa do Penn Cultural Heritage Center da Filadélfia, disse que o objeto até pode "ser autêntico", mas alerta que "os objetos dessa região estão cheios de falsificações".

De acordo com a especialista da Sotheby's, "não existe nenhuma outra pedra desse tipo em mãos privadas [...] todas as outras peças são pequenos fragmentos" e estão em museus.

No comunicado de anúncio da venda, a Sotheby's destacou que "este objeto histórico foi estudado por destacados especialistas na matéria e citado em numerosos artigos e livros acadêmicos, o mais recente dos quais foi publicado no início deste ano".

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