Papa Francisco pede diálogo no Natal e lamenta tragédias 'esquecidas'

Santo Padre recordou ainda as crises econômica, social e sanitária que atravessam o mundo

Escrito por AFP ,
mensagem de natal do papa
Legenda: Pontífice acena para os fiéis reunidos enquanto segura sua bênção de Natal Urbi et Orbi
Foto: Vatican Media/AFP

O papa Francisco pediu neste sábado (25) um "diálogo" em meio à tendência de fechar-se durante a pandemia de Covid-19. Na leitura da tradicional mensagem de Natal, na Praça de São Pedro do Vaticano, o pontífice também recordou os conflitos "esquecidos", como Síria e Iêmen. 

"Nesta época de pandemia (...) a nossa capacidade de relacionamento social é colocada à prova, se reforça a tendência ao fechamento, de fazer tudo sozinhos, de parar de se esforçar para encontrar os outros e fazer coisas juntos", afirmou o Santo Padre na mensagem 'Urbi et Orbi', durante a qual fez um apelo ao "diálogo" diante dos fiéis reunidos sob a chuva.

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Como é tradicional, o papa recordou as áreas do planeta afetadas por conflitos como Ucrânia, Afeganistão, Iraque, Mianmar, Etiópia, Sudão e a região do Saara, ao mesmo tempo que abordou as consequências econômicas e sociais da crise de saúde, que afeta o Natal pelo segundo ano consecutivo.  

"No mundo inteiro ainda observamos muitos conflitos, crises e contradições. Parece que não terminam nunca e quase passam despercebidos porque nos habituamos de tal maneira que corremos o risco de não ouvir os gritos de dor e desespero de muitos de nossos irmãos e irmãs", lamentou.

'Tragédias esquecidas'

Francisco, de 85 anos, destacou as "imensas tragédias" que estão "esquecidas" na Síria e no Iêmen, países envolvidos em conflitos que "provocaram muitas vítimas e um número incalculável de refugiados".   

"Escutamos o grito das crianças do Iêmen, onde uma enorme tragédia, esquecida por todos, acontece em silêncio há vários anos, provocando mortes a cada dia", afirmou.

Também pediu que não se permita "a propagação na Ucrânia da metástase de um conflito gangrenoso", consequência das tensões entre Kiev e Moscou, que provocam o temor de uma escalada militar.

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