OMS promete seguir investigando a origem da Covid-19
A entidade recentemente acionou o governo da China para que a colaboração nas investigações retorne
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pontuou nesta quarta-feira (15), em Genebra, que vai fazer "todo o possível" para ter uma resposta sobre a origem da Covid-19.
"Há uma dimensão científica e moral neste problema, e temos que continuar pressionando até obter uma resposta", disse Tedros sobre a origem da pandemia que começou na China no final de 2019.
Ele disse ter enviado, recentemente, um e-mail oficial a uma autoridade de alto escalão do governo chinês para voltar a pedir a colaboração de Pequim, na tentativa de tentar determinar onde e quando o vírus começou a se propagar, até se tornar a pior pandemia em um século.
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Investigações paradas?
Um artigo da revista científica Nature, publicado esta semana, afirma que a OMS desistiu de continuar a segunda fase da investigação sobre as origens da pandemia, por falta colaboração das autoridades chinesas.
Citada no artigo, a dra. Maria Van Kerkhove, responsável na OMS pelo combate à pandemia desde seu início, alegou que essa afirmação resultou de “um erro na forma de divulgar a informação”. “A OMS não abandonou o estudo da origem da covid”, garantiu ela, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
“Não vamos parar, enquanto não tivermos conhecido as origens (…) o que é cada vez mais difícil, porque, conforme o tempo passa, mais complicado é entender o que aconteceu nos primeiros momentos da pandemia", completou.
Colaboração chinesa e hipótese
Em fevereiro de 2021, uma equipe interdisciplinar de especialistas, liderada pela OMS e acompanhada por colegas chineses, passou duas semanas no país asiático para escrutinar o início da epidemia em Wuhan.
À época, um relatório conjunto se inclinou para a hipótese de transmissão aos humanos por um animal, possivelmente em um mercado desta cidade chinesa.
Defendida pelos serviços de Inteligência dos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump e também por alguns cientistas, outra tese é que tenha havido um "acidente", ou seja, que o vírus "escapou" de um laboratório em Wuhan, onde são estudados os coronavírus do tipo SARS CoV-2 .
Em 14 de fevereiro de 2023, a OMS contabilizava oficialmente 6,84 milhões de mortes no mundo todo por Covid-19 e mais de 756 milhões de casos confirmados. A organização reconhece que os números reais são muito maiores.