O que está acontecendo em Israel? Entenda conflito histórico com grupo Hamas

Guerra entre Israel e Palestina começou na segunda metade do século 19

Escrito por Diário do Nordeste / Agência Brasil ,
Conflito entre israelenses e palestinos já se arrasta há décadas
Legenda: Conflito entre israelenses e palestinos já se arrasta há décadas
Foto: MAHMUD HAMS / AFP

Neste sábado (7), o grupo extremista islâmico Hamas bombardeou Israel e anunciou o início de uma grande ofensiva para retomada do território. Até esta tarde, as autoridades israelenses contabilizaram mais de 400 mortos, além de mais de 700 feridos.

Logo após o bombardeio, o Hamas declarou guerra a Israel. Segundo Muhammad Al-Deif, que comanda o grupo, o ataque foi uma reação a supostos ataques às mulheres, à profanação da mesquita de al-Aqsa e ao cerco a Gaza. Segundo ele, 5 mil foguetes foram lançados contra os inimigos. Al-Deif ainda convocou um levante. 

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Em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas. "Cidadãos de Israel, estamos em guerra. Não em uma operação, não em rondas. Em guerra”, enfatizou Netanyahu em uma mensagem de vídeo.

Entenda o conflito entre Israel e Palestina

A disputa entre Israel e Palestina não é recente. Entre a segunda metade do século 19 e a primeira metade do século 20, uma migração em massa de judeus de vários países para a Palestina provocou uma mudança na demografia local. Majoritariamente árabe, a região - que até 1917 pertencia ao Império Otomano e depois, até 1948, foi um protetorado britânico - passou a ter uma população judaica cada vez maior.

Nos primeiros anos de mandato britânico na Palestina, houve confrontos entre árabes e judeus. Começou-se então a discutir o que fazer diante daquela situação. Em 1947, pouco antes da retirada dos britânicos, a Organização das Nações Unidas (ONU) pôs em prática um plano de divisão do território em duas partes: uma para os judeus e outra para os árabes. A insatisfação em torno do mapa definido pela ONU gerou uma guerra civil entre os dois povos.

Com a saída dos britânicos, em 1948, países árabes vizinhos tentaram invadir o recém-criado Estado de Israel. Mas, ao término do conflito, os israelenses mantiveram seu território e os palestinos perderam a chance de criar seu próprio Estado, já que Israel ocupou parte do território destinado aos palestinos pela ONU, o Egito passou a controlar a Faixa de Gaza e a Jordânia ficou com a Cisjordânia.

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O que foi a Guerra dos Seis Dias

Gaza e Cisjordânia se mantiveram sob ocupação estrangeira árabe até 1967, quando uma nova guerra, a Guerra dos Seis Dias, entre Israel e as nações vizinhas, resultou na ocupação israelense da Faixa de Gaza e da Cisjordânia (incluindo a parte oriental de Jerusalém).

A partir daí, Israel assumiu uma política de colonização de Gaza e da Cisjordânia com judeus, por meio de assentamentos. Por vários anos, a ONU considerou a ocupação dos territórios palestinos ilegal e determinou que Israel retornasse às fronteiras pré-1967, o que tem sido ignorado pelo governo israelense.

Apenas em 2005, Israel decidiu retirar seus colonos e militares da Faixa de Gaza, entregando sua administração à Autoridade Nacional Palestina (ANP). Apesar disso, Israel continuou a controlar as fronteiras e o acesso marítimo a Gaza.

Na Cisjordânia, pouco mudou já que a política de assentamentos judaicos e a ocupação militar do território continuaram. Ainda hoje, grande parte desse território palestino tem sua administração civil e militar concentrada nas mãos de Israel.

Conflitos

Apesar da devolução de Gaza aos palestinos, o território passou a ser o principal foco de problema do conflito israelense-palestino, já que, em 2006, o Hamas, movimento fundamentalista islâmico, venceu as eleições parlamentares palestinas. Em seguida, o Hamas rompeu com o Fatah, organização política e militar palestina, tomando o controle de Gaza, enquanto seu rival político mantinha o controle sobre a Cisjordânia.

Visto como um grupo terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e por países europeus, o Hamas sofreu uma série de sanções por parte desses países. O governo israelense ampliou a vigilância sobre Gaza, aumentando seu controle sobre as fronteiras e restringindo a circulação de produtos e pessoas entre os dois territórios. Desde então, houve uma série de confrontos abertos entre as duas partes: o governo israelense e o Hamas.

Em geral, os confrontos envolvem o lançamento de foguetes pelo Hamas a cidades de Israel e ataques de Israel a Gaza, por meio de bombardeios e ofensivas terrestres (quando militares israelenses entram no território palestino).

Além dos confrontos abertos que resultaram em centenas de mortes (na maioria, de palestinos), a relação entre israelenses e palestinos nas últimas décadas tem sido marcada por atentados, conflitos entre militares israelenses e civis palestinos, intifadas (revoltas populares) e tentativas de acordos de paz que sempre são emperradas por algum motivo.

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Entre os pontos de desacordo estão a divisão de Jerusalém, a retirada dos colonos israelenses de terras palestinas, o retorno de refugiados das guerras árabe-israelenses a suas antigas terras e o reconhecimento da Palestina como Estado independente.

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