Trump discursa como vitorioso e promete curar os EUA

Imprensa americana já projeta a vitória do republicano como certa, após ele conquistar 267 delegados, dos 270 necessários para ser eleito

Donald Trump reivindicou a vitória, nesta quarta-feira (6), e prometeu "curar" os Estados Unidos, após a divulgação de resultados que o deixam muito próximo de retornar à Casa Branca. Líderes mundiais já parabenizam o republicano pelo resultado.

"Fizemos história", proclamou ele aos eleitores em West Palm Beach, na Flórida. No começo da manhã, o republicano somava 267 delegados no Colégio Eleitoral, contra 224 da rival, a democrata Kamala Harris. Um candidato precisa de 270 para assegurar a vitória.

"Vamos ajudar o nosso país a se curar", acrescentou o republicano, de 78 anos, pouco minutos após o canal Fox News, popular entre os conservadores, declarar sua vitória. É o único veículo da imprensa americana que anunciou um resultado final até o momento.

O líder republicano da Câmara de Representantes, Mike Johnson, já felicitou o "presidente eleito" Trump. Países como China, Israel, França, Reino Unido e Índia já parabenizaram o republicano. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse esperar que Trump ajude a Ucrânia a alcançar uma "paz justa". O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, felicitou Trump e disse que seu retorno à Casa Branca ajudará a Aliança a permanecer "forte".

Estados-chave

Donald Trump está muito perto de retornar à Casa Branca com vitórias em três dos sete estados-chave nas eleições. O republicano venceu na Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia.

Os americanos ainda aguardam os resultados de Arizona, Nevada, Michigan e Wisconsin. A chefe de campanha de Kamala Harris, Jen O'Malley Dillon, tinha esperança em vencer nos dois últimos, assim como na Pensilvânia, trio de estados conhecido como "muralha azul".

Nos outros estados, que geralmente se dividem entre os tradicionalmente democratas ou republicanos, não houve surpresas. Trump venceu, como era esperado, na Flórida e no Texas, enquanto Kamala venceu em Nova York, Califórnia e na capital, Washington DC.

A sorte parece sorrir para os republicanos, que também retomaram dos democratas o controle do Senado, mudando o equilíbrio de poder em uma Câmara essencial para aprovar reformas.

Os americanos também votaram para renovar as 435 cadeiras da Câmara de Representantes e para o governo de vários estados. 

Resultado histórico

O resultado é histórico. Se a vitória de Trump for confirmada, seria o segundo mandato não consecutivo de um presidente desde 1893 e ele será o presidente mais velho eleito.

Comício após comício, o republicano, que sofreu duas tentativas de assassinato durante a campanha, repetiu o roteiro de 2016 e 2020, apresentando-se como o candidato antissistema. O discurso foi o mesmo em todas as ocasiões: a luta contra os migrantes em situação irregular que, segundo ele, "envenenam o sangue" do país.

Trump já chamou os migrantes de "terroristas", "estupradores", "selvagens" e "animais" que saíram de "prisões e manicômios".

Condenado por um crime no final de maio e com quatro processos pendentes, o republicano pintou um cenário sombrio do país durante uma campanha dominada pela retórica violenta. Trump insultou a candidata democrata, de 60 anos, a quem chamou de "lunática radical da esquerda", "incompetente", "idiota" e pessoa com um "coeficiente intelectual baixo", entre outras ofensas. Ela respondeu chamando o adversário de "fascista".

Além disso, os últimos dias de campanha foram marcados pelo comentário de um humorista pró-Trump que disse que Porto Rico é como uma "ilha flutuante de lixo" ou por uma gafe do presidente Joe Biden que, em resposta, disse que "lixo" eram os eleitores do republicano.