Soldados russos deixam usina nuclear de Chernobyl

Especialistas ucranianos inspecionarão a central em busca de potenciais "objetos explosivos"

Ocupada desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro, os soldados de Moscou decidiram deixar a usina nuclear de Chernobyl, anunciaram as autoridades ucranianas na noite dessa quinta-feira (31).

"Não há mais pessoas de fora da central nuclear de Chernobyl nesse território", disse a agência estatal ucraniana para o gerenciamento da área da usina no Facebook.

Pouco antes, a agência havia indicado que as tropas russas haviam iniciado a saída da usina, localizada a cerca de 100 km de Kiev, capital do país do leste europeu. Ao desocuparem a central, os russos "saquearam as instalações, roubaram equipamentos e objetos preciosos", acusou a organização.

Especialistas ucranianos inspecionarão a central em busca de potenciais "objetos explosivos", segundo a mesma fonte.

Desde 9 de maio, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deixou de receber dados diretamente de Chernobyl. A ausência de rodízio de funcionários da usina desde 20 de março gerou preocupações desde a ocupação russa. 

O reator número 4 explodiu em 1986, causando o pior desastre nuclear civil da história. Ele está coberto por um duplo sarcófago, um construído pelos soviéticos, agora danificado, e outro mais moderno, inaugurado em 2019. Os outros três reatores da usina foram progressivamente fechados após a catástrofe, a última em 2000.