'Se negociações falharem, esta é uma 3° Guerra Mundial', diz Zelensky sobre Rússia

O presidente da Ucrânia disse estar disposto a conversar com Vladimir Putin

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou, nesse domingo (20), estar disposto a negociar o fim da guerra com o presidente russo, Vladimir Putin. No entanto, advertiu que, caso as conversas falhem, o conflito entre os dois países pode provocar a Terceira Guerra Mundial

“Estou pronto para negociar com ele. Estava pronto nos últimos dois anos. E penso que sem negociações, não podemos terminar esta guerra”, declarou em entrevista à CNN.

Zelensky defendeu as várias rodadas de negociações já realizadas entre Kiev e Moscou desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro. Foram de "muito valor", afirmou. "Se houver apenas 1% de chance de parar esta guerra, devemos aproveitá-la", enfatizou.

Diante da ofensiva russa para "exterminar" a população local, "devemos usar todos os formatos, todas as possibilidades de negociação, todas as possibilidades de falar com Putin", declarou o presidente ucraniano.

"Se essas tentativas falharem, isso significaria que se trata de uma terceira guerra mundial", disse Zelensky, cujo governo estimou as baixas de tropas russas em mais de 14 mil.

Andamento das negociações

A Turquia, que está intensificando os esforços de mediação entre as duas partes, indicou neste domingo que a Rússia e a Ucrânia haviam feito progressos nas negociações.

No mês passado, em um movimento que alguns analistas dizem ter precipitado o conflito, Putin reconheceu a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, Donetsk e Lugansk, e surgiu um debate sobre se Zelensky poderia ceder essas regiões para acabar com a guerra.

Mas neste domingo, o presidente ucraniano foi desafiador: "Não se pode simplesmente exigir que a Ucrânia reconheça alguns territórios como repúblicas independentes", afirmou ele à CNN. "Temos que conceber um modelo em que a Ucrânia não perca sua soberania, sua integridade territorial."

Demandas russas

O presidente ucraniano confirmou algumas demandas russas para a acabar com a guerra, divulgadas anteriormente. Segundo Zelesky, Moscou quer que a Ucrânia reconheça a Crimeia como parte da Rússia e a independência de duas províncias de Donbas, além de garantir que nunca será um membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). 

Na entrevista ele defendeu que se a nação tivesse sido integrada a Otan a guerra não teria acontecido. O gestor ainda criticou a falta de "clareza" por parte dos membros da aliança sobre a admissão do país no grupo. 

“Deveriam ter dito com clareza que não poderíamos entrar na Otan. Pedi que fosse dito com clareza, e em que ano isso aconteceria. E a resposta era que [a Ucrânia] não seria aceita agora, mas que as portas ficariam abertas. Perguntei sobre sanções preventivas — estávamos fortalecendo nosso exército, porque com vizinhos como os que temos é a única opção. Não alertamos o inimigo que estaríamos prontos para resistir a uma invasão, e continuamos a combater essa agressão”, declarou à CNN.

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