Um dia após anunciar um cessar-fogo para permitir a evacuação de civis, o que não ocorreu em sua totalidade, a Rússia anunciou que abrirá novamente corredores humanitários nas cidades ucranianas de Mariupol e Volnovakha neste domingo (6). A informação é da agência de notícias estatal russa TASS.
Segundo o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, a nova tentativa de desocupar Mariupol, que sofre bombardeios há seis dias, começaria ao meio-dia local (7h de Brasília). Até agora, porém, não há relato oficial confirmando o êxito do corredor humanitário.
O prefeito de Mariupol, Vadym Boichenko, detalhou que a cidade está sem energia e água, e os "moradores incapazes de recuperar seus mortos".
Apelo
Ainda neste domingo, o papa Francisco defendeu a instauração de "verdadeiros corredores humanitários" na Ucrânia, onde ele lamentou os "rios de sangue e de lágrimas" motivados pelo conflito armado com o exército russo.
"As vítimas são cada vez mais numerosas, assim como as pessoas que em fuga, em particular mães com seus filhos. A necessidade de ajuda humanitária neste país martirizado aumenta a cada hora de uma forma dramática", disse o pontífice.
Fracasso
A primeira tentativa de um corredor humanitário para que a população deixasse o território ucraniano com segurança ocorreu nesse sábado (5), mas as evacuações foram interrompidas porque as autoridades locais acusaram a Rússia de violar o acordo retomando seus ataques.
Civis deixariam Mariupol e suprimentos e medicamentos poderiam chegar à cidade durante um período de cinco horas, segundo a agência russa de notícias RIA. A Rússia havia deixado claro, no entanto, que a redução na ofensiva não valeria para todo o território ucraniano.